sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Brasil da impunidade.


O bandido morto na delegacia

Aquele senhor que enfiou o canivete no peito de um bandido dentro da delegacia de Passo Fundo, por que ele fez isso? O bandido estava preso, estava diante dos policiais, e ainda assim o homem decidiu atacá-lo, e atacá-lo de morte, e o matou, mas também marcou sua própria vida.
Por que ele fez isso?
Há quem diga que se encontrava sob violenta emoção, já que o bandido tentou estuprar sua filha. Devia sentir-se, de fato, bastante perturbado, mas, ainda assim, é intrigante o fato de ele ter arremetido contra o outro, que já havia sido detido, que decerto iria a julgamento e que decerto seria condenado.
Então repito a pergunta: por que ele fez isso?
Respondo: por saber que nada aconteceria com o estuprador. Mesmo que fosse julgado e condenado, o bandido seria solto em seguida, e continuaria emboscando mulheres, e ameaçando-as com faca, e arrastando-as para um local ermo e violentando-as. O pai da moça atacada sabia disso, a moça atacada sabia disso e o bandido também sabia. Foi, portanto, por sentir que uma profunda e intolerável injustiça seria cometida que aquele pai indignado cometeu um ato de vingança e se transformou de um homem reto em um assassino.
No Brasil, os verdadeiros bandidos, como o estuprador de Passo Fundo, os verdadeiros bandidos sabem que a lei está ao lado deles. É por esse mesmo motivo que eles, os verdadeiros bandidos, matam policiais em São Paulo, incendeiam ônibus em Santa Catarina, trocam tiros com soldados no Rio.
Dias atrás, aqui ao lado, em Criciúma, a polícia deteve 16 menores de idade que apedrejavam o presídio da cidade. Cada um tinha uma nota de R$ 20 no bolso. Interrogados, admitiram que haviam sido contratados para perpetrar o ataque. Contratados por quem? Por verdadeiros bandidos, integrantes de facções criminosas profissionais, que sabem que nada acontece com homens feitos que tenham menos de 18 anos de idade, mesmo que esses homens feitos matem outros homens.
Quem está dentro da lei teme a lei. Quem está fora da lei debocha dela. O que um homem que cumpre a lei precisa ter para se manter a salvo dos homens que não a cumprem? Sorte. A ajuda do imponderável. Assim é o Brasil do século 21.
De quem é a culpa por essa situação? Não é da polícia, que prende. Nem da Justiça, que solta. A Justiça solta porque tem de soltar.
A culpa é da lei leniente, frouxa, incompatível com a realidade.
Quer dizer: a culpa é NOSSA. Fomos nós, através dos nossos legítimos representantes, que escrevemos essas leis. Naquele tempo, quando as escrevemos, acreditávamos que a criminalidade e a violência diminuiriam quando a miséria diminuísse. A miséria diminui todos os anos, desde a implantação do Plano Real, e, todos os anos, a violência e a criminalidade aumentam.
Ou seja: nós estávamos errados. Não é a miséria que alimenta o crime. É a impunidade. Nós é que construímos esse estado de impunidade. Nós é que vamos ter de corrigi-lo.
 
* Texto publicado na Zero Hora desta sexta-feira, 16/11/12

sábado, 23 de junho de 2012

BOLA PRETA – A pior audiência da minha vida. Mostra como está o Judiciário Brasileiro.


Achei essa preciosidade no Blog do Daniel Motta com o título de pior audiência da minha vida, escrita pelo Desembargador Paulo Rangel.

A minha carreira de Promotor de Justiça foi pautada sempre pelo princípio da importância (inventei agora esse princípio), isto é, priorizava aquilo que realmente era significante diante da quantidade de fatos graves que ocorriam na Comarca em que trabalhava. Até porque eu era o único promotor da cidade e só havia um único juiz. Se nós fôssemos nos preocupar com furto de galinha do vizinho; briga no botequim de bêbado sem lesão grave e noivo que largou a noiva na porta da igreja nós não iríamos dar conta de tudo de mais importante que havia para fazer e como havia (crimes violentos, graves, como estupros, homicídios, roubos, etc).

Era simples. Não há outro meio de você conseguir fazer justiça se você não priorizar aquilo que, efetivamente, interessa à sociedade. Talvez esteja aí um dos males do Judiciário quando se trata de “emperramento da máquina judiciária”. Pois bem. O Procurador Geral de Justiça (Chefe do Ministério Público) da época me ligou e pediu para eu colaborar com uma colega da comarca vizinha que estava enrolada com os processos e audiências dela. Lá fui eu prestar solidariedade à colega. Cheguei, me identifiquei a ela (não a conhecia) e combinamos que eu ficaria com os processos criminais e ela faria as audiências e os processos cíveis. Foi quando ela pediu para, naquele dia, eu fazer as audiências, aproveitando que já estava ali. Tudo bem. Fui à sala de audiências e me sentei no lugar reservado aos membros do Ministério Público: ao lado direito do juiz.

E eis que veio a primeira audiência do dia: um crime de ato obsceno cuja lei diz:
Ato obsceno
Art. 233 – Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

O detalhe era: qual foi o ato obsceno que o cidadão praticou para estar ali, sentado no banco dos réus? Para que o Estado movimentasse toda a sua estrutura burocrática para fazer valer a lei? Para que todo aquele dinheiro gasto com ar condicionado, luz, papel, salário do juiz, do promotor, do defensor, dos policiais que estão de plantão, dos oficiais de justiça e demais funcionários justificasse aquela audiência? Ele, literalmente, cometeu uma ventosidade intestinal em local público, ou em palavras mais populares, soltou um pum, dentro de uma agência bancária e o guarda de segurança que estava lá para tomar conta do patrimônio da empresa, incomodado, deu voz de prisão em flagrante ao cliente peidão porque entendeu que ele fez aquilo como forma de deboche da figura do segurança, de sua autoridade, ou seja, lá estava eu, assoberbado de trabalho na minha comarca, trabalhando com o princípio inventado agora da importância, tendo que fazer audiência por causa de um peidão e de um guarda que não tinha o que fazer. E mais grave ainda: de uma promotora e um juiz que acharam que isso fosse algo relevante que pudesse autorizar o Poder Judiciário a gastar rios de dinheiro com um processo para que aquele peidão, quando muito mal educado, pudesse ser punido nas “penas da lei”.

Ponderei com o juiz que aquilo não seria um problema do Direito Penal, mas sim, quando muito, de saúde, de educação, de urbanidade, enfim… Ponderei, ponderei, mas bom senso não se compra na esquina, nem na padaria, não é mesmo? Não se aprende na faculdade. Ou você tem, ou não tem. E nem o juiz, nem a promotora tinham ao permitir que um pum se transformasse num litígio a ser resolvido pelo Poder Judiciário.

Imagina se todo pum do mundo se transformasse num processo? O cheiro dos fóruns seria insuportável.

O problema é que a audiência foi feita e eu tive que ficar ali ouvindo tudo aquilo que, óbvio, passou a ser engraçado. Já que ali estava, eu iria me divertir. Aprendi a me divertir com as coisas que não tem mais jeito. Aquela era uma delas. Afinal o que não tem remédio, remediado está.

O réu era um homem simples, humilde, mas do tipo forte, do campo, mas com idade avançada, aproximadamente, uns 70 anos.
Eis a audiência:

Juiz – Consta aqui da denúncia oferecida pelo Ministério Público que o senhor no dia x, do mês e ano tal, a tantas horas, no bairro h, dentro da agência bancária Y, o senhor, com vontade livre e consciente de ultrajar o pudor público, praticou ventosidade intestinal, depois de olhar para o guarda de forma debochada, causando odor insuportável a todas as pessoas daquela agência bancária, fato, que, por si só, impediu que pessoas pudessem ficar na fila, passando o senhor a ser o primeiro da fila.

Esses fatos são verdadeiros?

Réu – Não entendi essa parte da ventosidade…. o que mesmo?

Juiz – Ventosidade intestinal.

Réu – Ah sim, ventosidade intestinal. Então, essa parte é que eu queria que o senhor me explicasse direitinho.

Juiz – Quem tem que me explicar aqui é o senhor que é réu. Não eu. Eu cobro explicações. E então.. São verdadeiros ou não os fatos?

O juiz se sentiu ameaçado em sua autoridade. Como se o réu estivesse desafiando o juiz e mandando ele se explicar. Não percebeu que, em verdade, o réu não estava entendendo nada do que ele estava dizendo.

Réu – O guarda estava lá, eu estava na agência, me lembro que ninguém mais ficou na fila, mas eu não roubei ventosidade de ninguém não senhor. Eu sou um homem honesto e trabalhador, doutor juiz “meretrício”.

Na altura da audiência eu já estava rindo por dentro porque era claro e óbvio que o homem por ser um homem simples ele não sabia o que era ventosidade intestinal e o juiz por pertencer a outra camada da sociedade não entendia algo óbvio: para o povo o que ele chamava de ventosidade intestinal aquele homem simples do povo chama de PEIDO. E mais: o juiz se ofendeu de ser chamado de meretrício. E continuou a audiência.

Juiz – Em primeiro lugar, eu não sou meretrício, mas sim meritíssimo. Em segundo, ninguém está dizendo que o senhor roubou no banco, mas que soltou uma ventosidade intestinal. O senhor está me entendendo?
Réu ¬– Ahh, agora sim. Entendi sim. Pensei que o senhor estivesse me chamando de ladrão. Nunca roubei nada de ninguém. Sou trabalhador.
E puxou do bolso uma carteira de trabalho velha e amassada para fazer prova de trabalho.

Juiz – E então, são verdadeiros ou não esses fatos.
Réu – Quais fatos?

O juiz nervoso como que perdendo a paciência e alterando a voz repetiu.

Juiz – Esses que eu acabei de narrar para o senhor. O senhor não está me ouvindo?

Réu – To ouvindo sim, mas o senhor pode repetir, por favor. Eu não prestei bem atenção.

O juiz, visivelmente irritado, repetiu a leitura da denúncia e insistiu na tal da ventosidade intestinal, mas o réu não alcançava o que ele queria dizer. Resolvi ajudar, embora não devesse, pois não fui eu quem ofereci aquela denúncia estapafúrdia e descabida. Típica de quem não tinha o que fazer.

EU – Excelência, pela ordem. Permite uma observação?

O juiz educado, do tipo que soltou pipa no ventilador de casa e jogou bola de gude no tapete persa do seu apartamento, permitiu, prontamente, minha manifestação.
Juiz – Pois não, doutor promotor. Pode falar. À vontade.

Eu – É só para dizer para o réu que ventosidade intestinal é um peido. Ele não esta entendendo o significado da palavra técnica daquilo que todos nós fazemos: soltar um pum. É disso que a promotora que fez essa denúncia está acusando o senhor.

O juiz ficou constrangido com minhas palavras diretas e objetivas, mas deu aquele riso de canto de boca e reiterou o que eu disse e perguntou, de novo, ao réu se tudo aquilo era verdade e eis que veio a confissão.

Réu – Ahhh, agora sim que eu entendi o que o senhor “meretrício” quer dizer.

O juiz o interrompeu e corrigiu na hora.
Juiz – Meretrício não, meritíssimo.

Pensei comigo: o cara não sabe o que é um peido vai saber o que é um adjetivo (meritíssimo)? Não dá. É muita falta de sensibilidade, mas vamos fazer a audiência. Vamos ver onde isso vai parar. E continuou o juiz.

Juiz – Muito bem. Agora que o doutor Promotor já explicou para o senhor de que o senhor é acusado o que o senhor tem para me dizer sobre esses fatos? São verdadeiros ou não?

Juiz adora esse negócio de verdade real. Ele quer porque quer saber da verdade, sei lá do que.

Réu – Ué, só porque eu soltei um pum o senhor quer me condenar? Vai dizer que o meretrício nunca peidou? Que o Promotor nunca soltou um pum? Que a dona moça aí do seu lado nunca peidou? (ele se referia a secretária do juiz que naquela altura já estava peidando de tanto rir como todos os presentes à audiência).

O juiz, constrangido, pediu a ele que o respeitasse e as pessoas que ali estavam, mas ele insistiu em confessar seu crime.

Réu – Quando eu tentei entrar no banco o segurança pediu para eu abrir minha bolsa quando a porta giratória travou, eu abri. A porta continuou travada e ele pediu para eu levantar a minha blusa, eu levantei. A porta continuou travada. Ele pediu para eu tirar os sapatos eu tirei, mas a porta continuou travada. Aí ele pediu para eu tirar o cinto da calça, eu tirei, mas a porta não abriu. Por último, ele pediu para eu tirar todos os metais que tinha no bolso e a porta continuou não abrindo. O gerente veio e disse que ele podia abrir a porta, mas que ele me revistasse. Eu não sou bandido. Protestei e eles disseram que eu só entraria na agência se fosse revistado e aí eu fingi que deixaria só para poder entrar. Quando ele veio botar a mão em cima de mim me revistando, passando a mão pelo meu corpo, eu fiquei nervoso e, sem querer, soltei um pum na cara dele e ele ficou possesso de raiva e me prendeu. Por isso que estou aqui, mas não fiz de propósito e sim de nervoso. Passei mal com todo aquele constrangimento das pessoas ficarem me olhando como seu eu fosse um bandido e eu não sou. Sou um trabalhador. Peidão sim, mas trabalhador e honesto.

O réu prestou o depoimento constrangido e emocionado e o juiz encerrou o interrogatório. Olhei para o defensor público e percebi que o réu foi muito bem orientado. Tipo: “assume o que fez e joga o peido no ventilador. Conta toda a verdade”. O juiz quis passar a oitiva das testemunhas de acusação e eu alertei que estava satisfeito com a prova produzida até então. Em outras palavras: eu não iria ficar ali sentado ouvindo testemunhas falando sobre um cara peidão e um segurança maluco que não tinha o que fazer junto com um gerente despreparado que gosta de constranger os clientes e um juiz que gosta de ouvir sobre o peido alheio. Eu tinha mais o que fazer. Aliás, eu estava até com vontade de soltar um pum, mas precisava ir ao banheiro porque meu pum as vezes pesa e aí já viu, né?

No fundo eu já estava me solidarizando com o pum do réu, tamanho foi o abuso do segurança e do gerente e pior: por colocarem no banco dos réus um homem simples porque praticou uma ventosidade intestinal.

É o cúmulo da falta do que fazer e da burocracia forense, além da distorção do Direito Penal sendo usado como instrumento de coação moral. Nunca imaginei fazer uma audiência por causa de uma, como disse a denúncia, ventosidade intestinal. Até pum neste País está sendo tratado como crime com tanto bandido, corrupto, ladrão andando pelas ruas o judiciário parou para julgar um pum.

Resultado: pedi a absolvição do réu alegando que o fato não era crime, sob pena de termos que ser todos, processados, criminalmente, neste País, inclusive, o juiz que recebeu a denúncia e a promotora que a fez. O juiz, constrangido, absolveu o réu, mas ainda quis fazer discurso chamando a atenção dele, dizendo que não fazia aquilo em público, ou seja, ele é o único ser humano que está nas ruas e quando quer peidar vai em casa rápido, peida e volta para audiência, por exemplo.
É um cara politicamente correto. É o tipo do peidão covarde, ou seja, o que tem medo de peidar. Só peida no banheiro e se não tem banheiro ele se contorce, engole o peido, cruza as perninhas e continua a fazer o que estava fazendo como se nada tivesse acontecido. Afinal, juiz é juiz.

Moral da história: perdemos 3 horas do dia com um processo por causa de um peido. Se contar isso na Inglaterra, com certeza, a Rainha jamais irá acreditar porque ela também, mesmo sendo Rainha… Você sabe.

Rio de Janeiro, 10 de maio de 2012.

Paulo Rangel (Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).

quinta-feira, 31 de maio de 2012

BOLA BRANCA - O ESTUPRO DE MENDOCA


Autor:Jackson Busato

A coisa foi mais ou menos assim:

Mendoca, uma moça muito requisitada por seus poderes de vidente e pela força de sua opinião, recebeu um convite para visitar uma senhora aposentada muito rica que necessitava consultar-lhe sobre assuntos de mulher, amenidades como a educação dos filhos e também assuntos mais sérios, como a vantagem do tarô sobre as runas. O que Mendoca não sabia é que esta senhora, a famigerada Nelsona, tinha uma atividade oculta no submundo: alugava quartos para encontros secretos.

 Ao chegar na casa de Nelsona, Mendoca fora enfiada numa das alcovas sórdidas e lá dentro, a esperá-la, com a boca salivando antevendo o estupro, estava Calamar. Este famoso bandido, o Calamar, tinha hábitos contrastantes em sua personalidade. Esforçava-se por apresentar fachada respeitável, de ser visto como boa praça, simpático, e a maioria das pessoas compravam seu disfarce, mas tinha uma perversão que o dominava na calada da noite: era um estuprador compulsivo, amava o risco e gostava de testar seu poder de simulação que julgava ilimitado. Havia estuprado anteriormente todo um convento de freiras prostitutas em Brasília e seus companheiros coniventes foram pegos e estavam para ser presos. Entraram no convento numa Land Rover dirigida pelo temido facínora Zé Desceu. Os companheiros de Calamar não o deixavam esquecer que não pagariam sozinhos pelo estupro. 

Mendoca fazia parte de uma confraria de videntes que, em seu poder de antever as coisas, já sabia o destino dos meliantes companheiros e diante disso, Calamar que estava desesperado, teve mais uma de suas ideias geniais, aquelas que só os desesperados têm: resolveu esconder um estupro com outro. Saltou como um polvo sobre a doce Mendoca, estendendo seus tentáculos vermelhos em forma de estrela sobre a pobre criatura, ameaçou espalhar que ela viajara a Pomerode, cidade de origem germânica, com um apontador de jogo do bicho se não ficasse quieta e parasse de ver coisas.

 Mendoca, que não era boba, imediatamente, cerca de um mês depois, começou a gritar e fazer escândalo. Como todo estuprador, Calamar fez cara de paisagem, que não sabia de nada; “Até broxa eu sou.”, teria dito. Nelsona, claro, negou que houvesse estupro. Sua atuação de alcoviteira não poderia chegar aos ouvidos das outras videntes e revelar seus ofícios da penumbra, ainda mais que já chefiara a confraria. Tentou abafar os gritos de Mendoca usando inclusive um sino que surrupiara no início de sua longa carreira. Juventude faz cada coisa, mas o tempo é senhor da amnésia.

A verdade é que Mendoca tirou disso tudo uma lição que deverá ser entendida por toda a sua confraria:

MOÇA DIREITA NÃO DEVE DAR CONSULTORIA EM PUTEIRO.

Jackson Busato é Economista, Contabilista, pós-graduado em Marketing, palestrante, escritor, com muitos anos dedicados à área de propaganda e marketing .. 

sábado, 26 de maio de 2012

BOLA PRETA - Refém de José Dirceu, Lula constrange um ministro do STF para não julgar Mensalão.


 
O ex-presidente Lula procurou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes para tentar adiar o julgamento do mensalão. Em troca da ajuda, Lula ofereceu ao ministro, segundo reportagem da revista "Veja" publicada neste fim de semana, blindagem na CPI que investiga as relações do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários. Mendes confirmou hoje (26) à Folha o encontro com Lula e o teor da conversa revelada pela revista, mas não quis dar detalhes. "Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula", afirmou o ministro. O encontro aconteceu em 26 de abril no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro do governo Lula e ex-integrante do Supremo. 

Lula disse ao ministro, segundo a revista, que é "inconveniente" julgar o processo agora e chegou a fazer referências a uma viagem a Berlim em que Mendes se encontrou com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), hoje investigado por suas ligações com Cachoeira. Membro do Ministério Público, Demóstenes era na época um dos principais interlocutores do Poder Judiciário e de seus integrantes no Congresso Nacional. A assessoria de Lula disse que não iria comentar. 

Na conversa, Gilmar ficou irritado com as insinuações de Lula e disse que ele poderia "ir fundo na CPI".
De acordo com a reportagem da "Veja", o próximo passo de Lula seria procurar o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, também com o intuito de adiar o julgamento do mensalão. Em recente almoço no Palácio do Alvorada, na ocasião da instalação da Comissão da Verdade, Lula convidou Ayres Britto para tomar um vinho com ele e o amigo comum Celso Antonio Bandeira de Mello, um dos responsáveis pela indicação do atual presidente do Supremo.

À Folha Britto também confirmou o convite, mas disse que não percebeu qualquer malícia em Lula e que o encontro não ocorreu. "Estive com Lula umas quatro vezes nos últimos nove anos e ele sempre fala de Bandeirinha. Ele nunca me pediu nada e não tenho motivos para acreditar que havia malícia no convite", disse. Ele diz que a "luz amarela" só acendeu quando Gilmar Mendes contou sobre o encontro, "mas eu imediatamente apaguei, pois Lula sabe que eu não faria algo do tipo". Na última sexta-feira (25), em Salvador, Ayres Britto disse que os ministros do STF "estão vacinados contra todo tipo de pressão". "Ainda está para aparecer alguém que ponha uma faca no pescoço dos ministros do STF."(Folha Poder)
Fonte: Veja e Coronel Leaks

sexta-feira, 25 de maio de 2012

BOLA PRETA - Julgamento do mensalão no STF levará mais de um mês


O julgamento do mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal (STF) levará de três a seis semanas e ultrapassará 110 horas de duração, deliberaram nesta terça-feira os ministros da Corte. Em reunião administrativa, o presidente do STF, Ayres Britto, apresentou três propostas de um esforço concentrado para votar o caso em três, quatro ou cinco semanas.

A primeira proposta, de três semanas, implicaria em sessões de segunda a sexta-feira com até oito horas de duração cada. Para um julgamento em quatro semanas, haveria sessões de segunda a sexta na primeira semana e, depois, às terças, quartas e quintas, sempre com oito horas de sessão por dia. A terceira proposta, de cinco semanas, teria trabalhos de segunda a sexta na primeira semana e, depois, às segundas, quartas e quintas, com cinco horas de trabalho na maioria dos dias.

O relator do caso, Joaquim Barbosa, no entanto, contestou a ideia e apresentou uma alternativa: sessões às segundas, quartas e quintas-feiras à tarde e à noite. As terças-feiras ficariam reservadas para julgar outras ações. Questões urgentes poderiam entrar em pauta mesmo nos dias de julgamento do mensalão. Com esse cronograma, o julgamento pode durar até seis semanas. Os ministros mostraram simpatia pela proposta, mas a reunião terminou sem consenso e eles voltarão a tratar do assunto em reunião na próxima semana. “O martelo ainda não está batido”, afirmou Ayres Britto.

Simulação - Joaquim Barbosa pediu aos ministros que façam sessões mais curtas por causa de seu problema de saúde, que o impede de ficar muitas horas sentado. “Vamos ajustar o julgamento às condições de trabalho do relator”, disse Ayres Britto. A defesa dos réus do mensalão defende que o julgamento aconteça em dois dias por semana.

O presidente do STF apresentou aos ministros uma simulação com a primeira proposta (de trabalhos nos cinco dias da semana), com o julgamento começando dia 4 de junho e terminando no dia 22 - antes, portanto, de o calendário eleitoral ganhar força. Três ministros compõem os quadros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluindo a presidente da corte eleitoral, Carmen Lúcia.

Apesar da projeção otimista de Ayres Britto, a data de início do julgamento não está definida e depende de uma sinalização do revisor do caso, ministro Ricardo Lewandowski, que será o primeiro a apresentar o seu voto. “O revisor tem de ser respeitado em sua consciência e em sua autonomia de vontade”, disse Ayres Britto.
Carolina Freitas – Revista Veja

sábado, 12 de maio de 2012

BOLA BRANCA - Lei do silêncio. ( Vamos romper?)

O Estadão.com de Sábado, 12 de Maio de 2012, publicou o artigo assinado pelo General de Exército Rômulo Bini Pereira, ex-Chefe do Estado Maior da Defesa.

Lei do Silêncio

Em 1979, após muitos debates em amplos segmentos de nossa sociedade, a Lei da Anistia foi aprovada e promulgada no País. Ela veio pôr um ponto final no ciclo de beligerância que se instalou na vida brasileira e criou um pacto de reciprocidade para a reconstrução democrática no Brasil.

Nestes anos de sua vigência, as Forças Armadas cumpriram um papel impecável. Voltaram-se para suas missões constitucionais, sem a mínima interferência no processo político que aqui se desenvolvia. Mantiveram-se em silêncio, acompanhando os fatos políticos, alguns bastante perturbadores, sem nenhuma atitude que pudesse ser analisada como intervenção no processo democrático.

Adotaram uma verdadeira lei do silêncio. Um ajuste entre seus chefes, em busca da concórdia e do entendimento.

No corrente ano, entretanto, dois fatos vieram de encontro à atitude das Forças Armadas. O primeiro foi a criação da Comissão da Verdade. De modo unânime, militares da ativa e da reserva consideraram tal comissão um passo efetivo para atos de revanchismo. Os seus defensores - alguns deles membros da alta esfera governamental e do Poder Judiciário - já falam em rever a Lei da Anistia, mesmo após o Supremo Tribunal Federal ter confirmado a sua validade.

No escopo de se obter a verdade, essa comissão, para ser imparcial, deveria estudar e analisar não só o ideário político-ideológico, mas também os métodos de atuação de quem optou pela luta armada em todo o mundo. Que pesquise os manuais das organizações internacionais para constatar a semelhança dos objetivos e métodos das inúmeras e variadas organizações nacionais, inclusive o Manual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, a cartilha do terrorismo brasileiro. Os diversos delitos cometidos - assassinatos, atentados, roubos e sequestros - também tiveram, tal como as citadas internacionais, um objetivo único, ou seja, a "derrubada do governo central e a instauração de uma ditadura do proletariado", e não uma democracia, como apregoam seus defensores. Com tal comissão só existirá uma verdade unilateral.

O segundo fato se refere aos incidentes ocorridos na sede do Clube Militar, no Rio de Janeiro, tão chocantes e tão esclarecedores para todos os militares. Chocantes porque velhos soldados, ilustres chefes, instrutores, professores e outros de carreira e vida exemplares foram insultados e agredidos por uma turba de radicais com atitudes e impropérios usados pelos grupos extremistas das décadas de 60 e 70. E esclarecedores porquanto demonstraram que o ódio ideológico e o fanatismo estão novamente presentes em nosso país. Tanto que disse um dos seus líderes: "Somos marxistas radicais". Seu ideário, seus métodos de atuação e seus ídolos são os mesmos das organizações extremistas do passado. Fazem uso até mesmo de ações de intimidação radicais, como o "escracho", de modo idêntico aos trotskistas e aos nazistas nas décadas de 20 e 30. Segundo seus integrantes, suas ações visam a defender a "honra" do nosso país perante a comunidade internacional. Definitivamente, não são aptos para tal defesa. A continuar dessa forma, a citada turba poderá vir a ser um celeiro para novos Araguaias.

Esses dois fatos atingiram frontalmente os objetivos da Lei da Anistia. A concórdia e o entendimento foram atitudes adotadas somente pelas Forças Armadas. Em oposição, um segmento sectário e minoritário demonstrou intransigência e intolerância totalitária para com os militares.

Eles não assumiram seus atos e erros. Talvez para criar uma nova História, na qual seus integrantes sejam os grandes heróis. Talvez para justificar as ações de seus líderes no emprego de jovens em aventuras quixotescas de tomada do poder pela via armada, ou, então, a legitimação das 20 mil indenizações pagas por seus ideais revolucionários.

Não será possível mais aceitar que os "anos de chumbo", expressão de origem italiana tão decantada por esses segmentos minoritários, sejam debitados somente aos atos das nossas Forças Armadas. Na Itália não houve anistia e terroristas estiveram presos por muitos anos. O caso Cesare Battisti, de rumorosa repercussão mundial, exemplifica o desiderato do governo italiano em punir os que optaram pela luta armada. As organizações extremistas brasileiras estavam sossegadas na selva do Araguaia ou nos aparelhos urbanos, algumas nos conventos dominicanos. E assistiram a tudo pacificamente, com uma única exceção: as vítimas de sua autoria, algumas assassinadas barbaramente e outras justiçadas covardemente. Que regime teria sido imposto ao nosso país caso vingasse o ideário radical dessa minoria?

Neste contexto, a palavra dos chefes militares está se fazendo necessária e será um contraponto a possíveis atitudes e ações deletérias, como as agressões no Clube Militar. O que nós, militares, defendemos não é indisciplina ou qualquer conluio, nem quebra dos princípios democráticos. Uma palavra que não signifique um "mea culpa" ou um pedido de perdão. Estivemos, no período da guerra fria, em combate bipolarizado, no qual os extremistas foram banidos em todo o mundo em razão de seu objetivo totalitário e único: a ditadura do proletariado. Correremos riscos, mas eles são inerentes ao processo democrático e à nossa profissão.

Não se admite mais este silêncio reinante. Nas redes virtuais, pela simples leitura de manifestos e artigos oriundos da reserva de nossas Forças Singulares se percebe que estamos num ponto crítico. A nossa autoestima está em visível declínio, agravada por outros fatores, entre eles os baixos salários de nossos subordinados. Dissensões poderão surgir, pois a reserva expressa em muito o pensamento dos soldados da ativa. Possíveis perturbações ou rupturas em nossas Forças trarão repercussões indesejáveis para o nosso país. Não é possível mais calar. A lei do silêncio deve ser quebrada!  

BOLA PRETA – Ambientalistas equivocados

Artigo da Senadora Kátia Abreu na folha de São Paulo 12/05/2012.

Feijão e arroz interessam a todos, assim como água limpa e ar puro (Rolf Kuntz, 8/5/2012, no site "Observatório da Imprensa"). Mas esses dois lados não recebem o mesmo peso nas avaliações dos formadores de opinião. Predomina o enfoque da preservação ambiental em detrimento da produção de alimentos.

A proteção do ambiente é, hoje, uma preocupação de todos os seres humanos e vemos com alívio que governos, empresas e consumidores estão mais conscientes de que os recursos da Terra devem ser explorados de modo sustentável.

No Brasil rural não é diferente - basta observar os índices cada vez menores de desmatamento e o desenvolvimento de técnicas avançadas como a agricultura de baixo carbono.

No entanto, também é importante que os países produzam mais alimentos para um mundo desigual, em que atualmente 900 milhões de pessoas passam fome, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
Lamentavelmente, essa triste realidade não é considerada pela utopia ambientalista, que tenta separar o inseparável, como se possível fosse discutir ambiente sem considerar o econômico e o social.

Será que é racional abrir mão de 33 milhões de hectares da área de produção de alimentos, que representam quase 14% da área plantada, para aumentar em somente 3,8 pontos percentuais a área de vegetação nativa do país?

Essa troca não me parece justa com os brasileiros, pois corremos um alto risco de aumento no preço dos alimentos sem um ganho equivalente na preservação ambiental.

Reduzir 33 milhões de hectares nas áreas de produção agropecuária significa anular, todos os anos, cerca de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) do setor.
Para que se tenha uma noção do que representam 33 milhões de hectares, toda a produção de grãos do país ocupa 49 milhões de hectares.

O Código Florestal não foi construído para agradar a produtores ou ambientalistas, mas, sim, para fazer bem ao Brasil. Agora, está nas mãos da nossa presidente, a quem cabe decidir, imune a pressões, o que é melhor para sermos um país rico, um país sem miséria, que é a grande meta da sua gestão.

A utopia ambientalista, no entanto, não respeita a democracia política, muito menos a economia de mercado. Há líderes do movimento verde que pregam abertamente um Estado centralizado, com poderes para determinar a destinação dos recursos, da produção e até mesmo do consumo. Nesse tipo de sociedade autoritária, não há lugar para a liberdade e para as escolhas individuais. Salvam a natureza e reduzem a vida humana à mera questão da sobrevivência física.

Mas slogans fáceis e espetáculos midiáticos não podem ofuscar a eficiência da agropecuária verde-amarela. O Ministério da Agricultura acaba de divulgar os dados do primeiro quadrimestre de 2012. Exportamos US$ 26 bilhões, gerando superavit de US$ 20,8 bilhões. Nunca é demais lembrar que o agro exporta somente 30% de tudo o que produz. E, para isso, usa apenas 27,7% do território, preservando 61% com vegetação nativa. Qual país do mundo pode ostentar uma relação tão generosa entre produção e preservação?

Os ambientalistas, em sua impressionante miopia, ainda cobram que a agropecuária deva elevar a produtividade. Nos últimos 30 anos, com apenas 36% a mais de área, a produção de grãos cresceu 238%! Eles não consideram que os índices brasileiros já são elevados e que aumentos são incrementais.

Exigem maior produção em menor área, mas condenam sistematicamente as plantas transgênicas, o uso de fertilizantes químicos e de defensivos contra pragas e doenças, pregando a volta dos velhos métodos tradicionais herdados de nossos avós.

É fundamental que o novo Código Florestal garanta segurança para que o país continue produzindo o melhor e mais barato alimento do planeta.

É inaceitável que o Brasil abra mão da sua capacidade produtiva, deixando de contribuir plenamente para a redução da pobreza, já tendo a maior área de preservação do mundo. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

BOLA BRANCA - Embriaguez de motorista impede obtenção de cobertura do seguro

Sob o entendimento de que aquele que assume a condução de veículo automotor, depois de ingerir qualquer quantidade de álcool, deve estar preparado para as consequências diretas ou indiretas dessa conduta, inclusive a possibilidade de vir a perder o direito à cobertura do seguro contratado, a 4ª Câmara de Direito Civil do TJ acolheu recurso da Bradesco Seguros e negou o pagamento de seguro em benefício de um de seus clientes.

Segundo os autos, o segurado dirigia seu veículo em alta velocidade pelo acostamento da BR-101, quando se chocou contra a traseira de outro carro, ali parado em decorrência de mal súbito sofrido por um de seus passageiros - mas com os dispositivos luminosos de segurança acionados. A colisão projetou o segundo automóvel a cerca de três metros, com registro de ferimentos em todos os seus ocupantes.

Submetido ao bafômetro, o condutor do carro segurado teve a embriaguez atestada. Isso não impediu que a seguradora viesse a ser acionada para cobrir prejuízo estimado em R$ 50 mil. O desembargador Luiz Fernando Boller, relator da matéria, ressaltou que a embriaguez figura expressamente como risco excluído da cobertura do seguro contratado.

"Além de constituir gravíssima infração de trânsito, [a conduta do motorista] foi causa determinante para a consecução do trágico resultado danoso", acrescentou o magistrado. O relator esclareceu que os efeitos do álcool no sistema nervoso central podem alterar as percepções do indivíduo, que passa a agir sem receio das consequências negativas de seu ato.

Os desembargadores, em decisão unânime, afastaram a responsabilidade indenizatória da seguradora e condenaram o segurado ao pagamento das custas do processo e dos honorários sucumbenciais, estes arbitrados em R$ 5 mil. (Ap. Cív. n. 2011.093676-1)

Fonte: TJ-SC em 08/05/2012.
  

BOLA PRETA - Deflagrada a guerra contra os bancos privados, PT palaciano se prepara para calar a imprensa


Golpe a caminho – Depois de declarar guerra aos bancos privados na questão da redução das taxas de juro, o que faz com que a opinião pública não se preocupe tanto com o escândalo envolvendo o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a presidente Dilma Rousseff, embalada pela ala radical do Partido dos Trabalhadores, parte para engessar a imprensa nacional, em atitude típica de governantes totalitaristas.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse na última sexta-feira (4) que o próximo passo do governo petista é colocar em discussão o polêmico e ditatorial marco regulatório da comunicação, que acabará por cercear a liberdade de expressão e atropelará de maneira vil a Constituição Federal. “Este é um governo que tem compromisso com o povo e que tem coragem para peitar um dos maiores conglomerados, dos mais poderosos do País, que é o sistema financeiro e bancário. E se prepara agora para um segundo grande desafio, que iremos nos deparar na campanha eleitoral, que é a apresentação para consulta pública do marco regulatório da comunicação”, disse Falcão.

Para Rui Falcão, “a mídia é um poder que está conjugado ao sistema bancário e financeiro”. Trata-se de um discurso esculpido com o cinzel da ditadura, pois o objetivo do Palácio do Planalto é calar a porção crítica da imprensa nacional que atrapalha o avanço do projeto de poder elaborado pelos petistas.

Quando engrossava as fileiras da oposição, o PT não apenas apoiava as críticas da imprensa contra os donos do poder, mas enviava às redações emissários dispostos a emplacar na mídia factóides golpistas, sempre embasados em documentos de origem duvidosa. Quem atualmente contraria os interesses palacianos com textos coerentes e pensamento lógico é alvo de perseguições implacáveis, muitas delas desconhecidas do grande público. Se a parcela pensante da opinião pública não reagir com rapidez, o Brasil em breve estará à porta de uma ditadura civil nos moldes da que já acontece na vizinha Venezuela.

Fonte; ucho.com 07/05/2012.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

BOLA PRETA - CPI pode chamar Lula para explicar R$ 2 milhões doados por Cachoeira para caixa dois da sua campanha em 2002.



Incentivador da CPI do Cachoeira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode virar um dos focos da comissão de inquérito. A oposição tirou da gaveta depoimento do advogado Rogério Buratti à CPI dos Bingos, em 2005, no qual ele diz que em parceria com "empresários dos jogos" do Rio de São Paulo, Carlinhos Cachoeira teria dado R$ 1 milhão de caixa dois para campanha de Lula em 2002. Cachoeira foi preso pela Polícia Federal por envolvimento com o jogo ilegal e seus negócios serão investigados por uma CPI no Congresso.

Diz o texto da CPI dos Bingos: "Rogério Tadeu Buratti afirmou de maneira firme e clara que o senhor Waldomiro Diniz, representando José Dirceu, arrecadou dinheiro de 'bingueiros' no Estado do Rio de Janeiro, e ainda da Gtech e do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e que o valor arrecadado por Waldomiro seria algo em torno de R$ 1 milhão." No total, segundo o relatório, "empresas de jogos" irrigaram "a campanha do presidente Lula e o PT" com R$ 2 milhões de reais. "Os recursos transitaram pelo comitê financeiro da campanha." Buratti foi secretário do ex-ministro Antonio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP). Waldomiro Diniz, citado por ele, era braço direito do então ministro José Dirceu, que coordenou a campanha de Lula em 2002.

O ex-senador Efraim Morais (DEM-PB), relator da CPI dos Bingos, disse que a investigação dessa denúncia não foi aprofundada na época porque houve uma manobra governista que impediu a quebra de sigilos bancários. Assessor do ex-presidente Lula, Paulo Okamoto, disse à Folha que a oposição tem que convocar outro ex-ministro, José Dirceu, para explicar a declaração, e não o Lula. "Se o Buratti está dizendo que recebeu o dinheiro tem que chamar o Buratti, o Cachoeira, o Zé Dirceu." "O Lula queria tanto a CPI que pode até ser sorteado com um depoimento para explicar o dinheiro do Cachoeira na sua campanha", afirmou o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR).

"Teremos o vale a pena ver de novo. Se o propósito dessa CPI era atingir as oposições ou criar uma névoa sobre o julgamento do mensalão o tiro pode sair pela culatra", complementou o líder do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE). Buratti, que mora hoje na Itália, não foi localizado pela Folha. Ele foi investigado pela CPI dos Bingos devido a sua ligação com a Gtech, empresa que a CEF (Caixa Econômica Federal) tinha contrato para operar as loterias. (Folha Poder)

Fonte: Blog Coturno Noturno.

domingo, 8 de abril de 2012

BOLA PRETA - Farra no ministério da Dilma. O Ministro da Defesa é o campeão, com rendimento bruto mensal de R$ 46,1 mil.


Artifício largamente empregado em governos passados para proporcionar uma remuneração de mercado a integrantes do primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios, os conselhos de administração e fiscal de estatais e empresas públicas continuam a ser usados para turbinar os salários de ministros de Estado. Levantamento feito pelo Estado nos 38 ministérios do governo da presidente Dilma Rousseff aponta que um terço dos ministros integra hoje uma elite do funcionalismo com supersalários que ultrapassam o teto salarial de R$ 26.723,15.

São 13 ministros que engordam seus rendimentos com jetons por participação em conselhos de empresas. O campeão é o ministro da Defesa, Celso Amorim, que acumula seu salário com o pró-labore de R$ 19,4 mil pagos pela participação no Conselho de Administração da Itaipu Binacional. São R$ 46,1 mil mensais brutos de remuneração. A renda do ministro poderia ainda ser maior, se não houvesse o abate teto, mecanismo que impede Amorim de acumular na integralidade seus vencimentos de ministro da Defesa com a aposentadoria do Itamaraty. Diplomata de carreira, Amorim é aposentado do Ministério das Relações Exteriores desde 2007.

No comando da área econômica do governo, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, estão empatados na segunda posição do ranking dos mais bem pagos da Esplanada, com renda mensal bruta de R$ 41,5 mil. Ambos são conselheiros da Petrobrás e da BR Distribuidora, com jetons que alcançam quase R$ 15 mil mensais. Miriam Belchior poderia ganhar ainda mais: como titular da pasta do Planejamento, ela é obrigada a fazer parte do Conselho de Administração do BNDES mas, segundo sua assessoria, abriu mão de receber o pró-labore de R$ 6 mil por essa participação.

O ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) engorda o salário com jetons de dois conselhos: é presidente do Conselho de Administração do BNDES, onde ganha R$ 6 mil mensais brutos, e integra também o BNDESPar, recebendo R$ 5,3 mil. Braço direito de Dilma, Pimentel usufrui de R$ 38,1 mil por mês de renda. O vencimento do ministro da Ciência e Tecnologia é inferior ao do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que acumula o salário de ministro com os jetons de duas empresas: BrasilPrev e BrasilCap, chegando a ganhar R$ 38,7 mil mensais.

- As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

BOLA PRETA - Ideli Salvatti envolvida em novo escândalo.

Durante a gestão da ministra Ideli Salvatti, o Ministério da Pesca liberou de uma só vez R$ 769,9 mil - de um contrato de R$ 869,9 mil - para a organização não governamental (ONG) de um funcionário comissionado do governo de Agnelo Queiroz (PT-DF) implantar, no entorno de Brasília, um projeto de criação de peixes que não saiu do papel.

Trata-se do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Integral da Natureza - Pró-Natureza, do diretor da Codeplan Salviano Antônio Guimarães Borges. Segundo a justificativa do projeto enviada ao ministério, o Distrito Federal, mesmo sem haver estatísticas oficiais sobre o tema, tem grande consumo e produção de peixes. Só que, 11 meses depois, nenhum viveiro foi instalado. Oficialmente, o projeto da ONG terminou nesta quarta-feira, 4.

No Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina (DF), a 40 quilômetros da sede do ministério, mandiocas crescem no lugar dos tanques de tilápias. “O pessoal veio aqui uma vez no ano passado e ofereceu o projeto. Nós aceitamos e eles não apareceram mais. Achei que tinham desistido, mas tem 15 dias que voltaram e falaram que os tanques vão ficar prontos em julho. Parece que só agora o projeto foi aprovado e eles vão receber o dinheiro”, relata o agricultor Joami de Souza Ramos. 

O agricultor diz que nunca criou peixes, tampouco participou de cursos ou qualquer atividade do projeto. Na chácara ao lado, incluída no rol de beneficiários do ministério, também não há sinal de tanques.

Fonte: Blog coturno noturno

domingo, 25 de março de 2012

BOLA PRETA - BRASIL: O MENOR CRESCIMENTO DA AMÉRICA DO SUL

O Brasil teve o menor crescimento entre países da América do Sul . O Brasil foi o país que menos cresceu na América do Sul em 2011, informa reportagem de Érica Fraga e Mariana Carneiro, publicada na Folha de 18.03.2012.

As taxas de expansão da economia brasileira perdem para as de outras nações emergentes, como China e Índia, de forma recorrente. Mas, desde 2006, o desempenho do país não ficava aquém do resultado de todos os vizinhos sul-americanos, segundo estimativas recentes.

O fraco desempenho do Brasil, que cresceu apenas 2,7% no ano passado, deve fazer ainda com que o país fique abaixo da média de expansão da América Latina como um todo (próxima a 4%). Isso também não ocorria há cinco anos.

A desaceleração brasileira em 2011 é, em parte, explicada pela forte expansão de 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2010, que levou à alta da inflação. Isso forçou o governo a tomar medidas para esfriar a economia.

sexta-feira, 9 de março de 2012

BOLA PRETA -Justiça da Itália bloqueia contas do Itamaraty no país

A Justiça da Itália condenou o governo brasileiro a pagar 15,7 milhões de euros e determinou bloqueio das contas bancárias do Itamaraty no país. A decisão atende a um pedido feito por uma empresa de engenharia italiana que teria participado da elaboração dos projetos do trem-bala Rio-São Paulo. De acordo com o G1, a Valec, vinculada ao Ministério dos Transportes, é responsável pela obra e teria deixado de pagar pelos serviços.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Advocacia-Geral da União (AGU) estudam recorrer da decisão da Justiça italiana. De acordo com o MRE, o caso está sendo tratado pela área jurídica na Itália. O Itamaraty assegurou que "o episódio não afeta as relações entre os dois países".

Na avaliação do governo brasileiro, o Tribunal de Arezzo, na região da Toscana, não teria competência para determinar o bloqueio das contas na Itália, porque bens e recursos destinados a serviços diplomáticos e consulares são protegidos por imunidade.

De acordo com o G1, a decisão da Corte italiana é de setembro do ano passado, mas, devido à questões burocráticas na tramitação do processo, o governo brasileiro não foi ainda citado formalmente sobre o caso.

Agência O Globo

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

BOLA PRETA – Ministro destina 90% de toda a verba para seu estado visando sua candidatura a prefeito


A constatação de que o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, destinou 90% dos gastos de sua pasta com prevenção e preparação a desastres para beneficiar seu Estado natal, Pernambuco, agravada pela possibilidade de que se candidate à prefeitura de Recife ainda este ano, evidencia uma política de apadrinhamento que não pode mais ser tolerada. Não é o primeiro caso: em passado recente, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, ocupando a mesma pasta, também premiou a Bahia com verbas generosas e depois foi disputar o governo daquele Estado. Bezerra foi generoso com Pernambuco, liberando R$ 34,2 milhões no ano passado, enquanto seu ministério teve um desempenho pífio na prevenção de desastres naturais, sempre apresentada como uma das prioridades da União depois de tragédias em Santa Catarina, no Rio e em Alagoas.

Bezerra adota um comportamento que, apesar de sempre condenado, não representa nenhuma novidade. A partilha do poder, que contempla aliados oportunistas, favorece atitudes como essa. É assim que políticos utilizam cargos de primeiro escalão apenas como trampolim para outros projetos. O ministro que almeja ser prefeito reduz suas ações a movimentos paroquiais e recorre às verbas públicas para antecipar o marketing da sua campanha. Os recursos destinados à prevenção de tragédias provocadas por cheias e enxurradas deveriam ter maior controle do governo, para que se evitassem manobras eleitoreiras.

O balanço das dotações que favorecem Pernambuco é vergonhoso, quando se apura o que o ministério fez para atenuar os efeitos de desastres naturais. Bezerra apenas mantém e amplia a inoperância nessa área.

Um programa específico, anunciado como capaz de se antecipar e monitorar eventos climáticos, deixou de investir mais de R$ 2 bilhões entre 2004 e 2011. Esse valor equivale à diferença entre o que foi orçado e o que de fato foi aplicado no período. De cada R$ 4 previstos em orçamento, apenas R$ 1 foi aplicado. No ano passado, a situação foi a pior dos últimos três anos, com a mais baixa destinação de verbas à prevenção.

Nos últimos sete anos, de cada R$ 10 gastos com desastres naturais, R$ 9 foram para atacar os efeitos e apenas R$ 1 foi para medidas preventivas.

A desculpa do ministério é de que Estados e municípios não apresentam projetos que os habilitem a receber o dinheiro. Pernambuco, a unidade de origem do ministro, é estranhamente apresentado como exceção. Por casualidades como essa, o ex-ministro dos Transportes, que anos atrás gerenciava a construção de 60 novos portos para o país, decidiu que 49 seriam no Amazonas, seu Estado. Orlando Silva, ex-ministro do Esporte, deixou a pasta sob evidências de que, além de ser conivente com a cobrança de propinas, privilegiava prefeituras administradas por seu partido, o PC do B, na distribuição de recursos. Todos atuavam com desenvoltura por falta de controles. Se não temos homens públicos íntegros para entender que o cargo pertence ao país, e não a seus currais eleitorais, precisamos de órgãos fiscalizadores que funcionem e que impeçam o uso do recurso de todos em benefício próprio ou de apadrinhados.

EDITORIAL ZERO HORA 04/01/2012