quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

BOLA PRETA: ESTATAL PAGA SALÁRIOS SUPERIORES AO TETO DO STF


 A estatal EBC, criada no governo Lula, custa caro e entrega pouco. Ou entrega nada: a TV Brasil, “tevê do Lula”, é traço em audiência, mas, sem compromisso com custos ou resultados, a EBC avança no bolso do contribuinte para manter 2.446 pessoas com salários como os R$ 54.102,81 de um “chefe da assessoria” ou R$ 56.072,05 recebidos por superintendente, superiores ao teto de ministro do Supremo Tribunal. Se fosse uma empresa privada, a EBC teria quebrado há muito tempo.

NOVOS MARAJÁS

Na contabilidade da EBC, salários rondam R$ 30 mil e o chefe ganha 47.683,14. E há jornalista recebendo até R$ 51,5 mil mensais.

INCOMPETÊNCIA PREMIADA

Responsáveis pela programação que ninguém vê, segundo pesquisas de audiência, recebem salários que chegam a R$ 28.253,88.

GENEROSIDADE


A EBC tem ótimos locutores, mas os R$ 43.116,97 pagos a alguns nem de longe se veem em empresas líderes de audiência e faturamento.

Fonte: Cláudio Humberto

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

BOLA PRETA: Financial Times (Jornal Inglês) diz que Rolls-Royce pagou propina a funcionários da Petrobras




Agencia Brasil -16/02/2015

Empresa famosa pelos carros de luxo queria contrato milionário com multinacional brasileira


O jornal britânico Financial Times publicou, nesta segunda-feira, reportagem em que diz que a Rolls-Royce pagou suborno a funcionários da Petrobras para conseguir um contrato de U$ 100 milhões com a estatal brasileira. A empresa, famosa pelos carros de luxo, também fabrica turbinas de gás para plataformas de petróleo.

Na reportagem, publicada com destaque, na capa, o Financial Times cita depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que teria dito à polícia que recebeu pelo menos U$ 200 mil da Rolls-Royce. O depoimento faz parte da investigação divulgada pela Justiça Federal brasileira.

Em resposta ao jornal, de acordo com a reportagem, a Rolls-Royce disse que "não tolera conduta empresarial indevida de qualquer tipo", e tomará "as medidas necessárias para garantir o cumprimento das leis".


*Agência Brasil - 16/02/2015

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Bola branca: O Impeachment começa tomar forma.



O BRASIL NÃO É BUTIM DOS VITORIOSOS

PERCIVAL PUGGINA
ZERO HORA -14 de fevereiro de 2015

Não mesmo! Impeachment não é golpe. Golpe é o que foi aplicado no eleitorado e no patrimônio público. Golpista será toda tentativa de impedir manifestações populares ordeiras em favor do trâmite de um processo de impeachment. Golpes ocorrem fora do ordenamento jurídico. Impeachment, ao contrário, é um procedimento constitucional, demorado e ponderado, regulamentado em lei específica. É um instrumento previsto porque necessário ao presidencialismo.

Tampouco é coisa “da direita”, como alguns com mais preconceitos do que conceitos têm sugerido. Essa afirmação, aliás, é tiro no pé. É acusação maldosa à própria esquerda pois significaria que perdeu o senso moral. O processo de impeachment de que hoje tanto se fala no Brasil tem a ver com crime de responsabilidade, com ações e omissões que lesam o país. Por outro lado, o único processo de impeachment que produziu efeitos no Brasil, embora a renúncia de Collor tenha interrompido sua tramitação, resultou de mobilização promovida pela esquerda, notadamente através da UNE e da CUT. Prefiro crer que ainda exista boa intenção e reta conduta em certos setores da esquerda brasileira. As pessoas conscientes, independentemente de alinhamentos ideológicos, estão estarrecidas com a liberdade de ação concedida aos que transformaram a administração federal direta e indireta em butim dos vencedores.

Não estou exagerando. No período de 2005 a 2014, enquanto a Ação Penal 470 (Mensalão) tramitava e as penas eram impostas aos réus, a pilhagem da Petrobras se mantinha em livre curso, como se nada estivesse acontecendo. E tudo se dava em benefício dos mesmos partidos da base do governo! Descobriu-se, assim, que em muita gente a cobiça supera o medo, seja ela engravatada ou descamisada. Tal é o móvel de boa parte dos crimes cotidianos.

O doutor Ives Gandra, em recente parecer, mostrou que as condições jurídicas para um processo de impeachment estão dadas. Não é necessário que haja dolo. Basta a culpa. E desta, a dose fornecida é abundante. Ora, se já houve culpa em alta dose, poucas coisas importarão mais ao bem nacional e à probidade dos atos de governo do que a viabilização das condições políticas que decorrem da pressão social, como bem reconheceu o novo presidente da Câmara dos Deputados. Não imagino que afeição partidária possa se sobrepor, nas consciências bem formadas, à boa imagem do país, ao bem nacional e à retidão das condutas. Uma nação que, com justa razão, queixa-se da impunidade geral, não pode endossar o que está acontecendo no Brasil.


BOLA BRANCA: Esse artigo é de um petista que, no passado, criticava todo mundo e criava factoides mentirosos para se promover. Agora, finalmente reconhece que o partido da mentira explodiu. Como também reconhece que seu ídolo, o Lula, é o maior falsário e mentiroso que á tempos vem pautando negativamente o PT.


O PT E MACUNAÍMA

MARCOS ROLIM - Ex Deputado do PT

ZERO HORA
14 de fevereiro de 2015



David Coimbra escreveu em sua coluna que o “PT está morto”. Penso que o óbito de fato ocorreu, embora o tenha por fato transcorrido há mais tempo. Não me refiro à circunstância de integrantes do partido terem se envolvido em atos de corrupção, porque se isso implicasse no falecimento não haveria instituição no Brasil. No que tange à corrupção, inaceitável é a reação do partido que oscila entre a leniência e a máxima ademarista do “rouba, mas faz”. O titular desta postura invertebrada, que faz lembrar a personagem Macunaíma de Mário de Andrade, é o ex-presidente Lula. Foi ele quem, sob o impacto da primeira denúncia do mensalão, se disse “traído” para, anos depois, afirmar que tudo havia sido uma “invenção”.

 Agora, no escândalo da Petrobras, novamente, ao invés da indignação diante de uma roubalheira cujas cifras extrapolam a imaginação dos mortais, o que temos é a produção de um discurso solerte, direcionado à mentes cansadas, que sugere uma “armação” da direita e da mídia contra o PT. A morte do partido que já encarnou o sonho de dignidade e justiça no Brasil é atestada por este discurso e pela ausência de qualquer movimento sério no sentido de expurgar da legenda a máfia que nela se abrigou. Estamos diante de uma tristeza e de uma derrota de proporções históricas construída meticulosamente pelo pragmatismo desvairado, por pequenas vilanias cotidianas e pelo abandono da coragem cívica.


O PT virou um partido vocacionado ao oportunismo, um espaço onde irão florescer nulidades como o governador da Bahia, Rui Costa, que, diante de uma chacina de 12 jovens negros, torturados, com braços quebrados, olhos afundados e tiros na nuca, declara que, no momento do disparo de sua arma, o policial é como “o centroavante diante do gol”. Pode uma coisa dessas? E o que os petistas dizem diante de algo assim? Nada. Porque nada têm a dizer sobre qualquer coisa de importante há muito tempo, porque abdicaram de disputar ideias e projetos, porque a máquina partidária se transformou em um moedor de carne que espanta a independência, a inteligência e a dignidade. Claro que há pessoas no PT que ainda se indignam e até mesmo se envergonham. Para elas, há a esperança de que algo possa mudar e que o PT seja capaz de se renovar moralmente. É uma pena dizê-lo, mas não há um só indício que suporte tal pretensão.

BOLA PRETA: A ânsia de poder do PT. Artigo irônico mostrando quem é o PT


Todo mundo de preto

GUILHERME FIUZA
O GLOBO - 14/02

O sustento nababesco dos companheiros com dinheiro público é uma das poucas instituições realmente sólidas no Brasil


Depois do carnaval, Dilma Rousseff fará um pronunciamento à nação, em cadeia nacional de rádio e TV, para defender a Petrobras. Providência oportuna. A maior estatal brasileira está afundando, e isso é grave. Como se sabe agora, uma boa fatia do dinheiro que ajuda o PT a ficar para sempre no poder é sugada da Petrobras. É o orçamento da revolução companheira que está em jogo — e com isso não se brinca.

Em defesa da Petrobras, Dilma deveria começar sua fala aos brasileiros condenando esse absurdo, esse descalabro que é a ação da polícia e da Justiça. De forma golpista e neoliberal, os homens da lei insistem em tentar sabotar o duto entre a estatal do petróleo e o Partido dos Trabalhadores. O sustento nababesco dos companheiros com dinheiro público é uma das poucas instituições realmente sólidas no Brasil do século 21 — e esses invejosos são assim mesmo, não podem ver nada funcionando direito que já querem melar. Só falta exigirem que os guerreiros do povo brasileiro devolvam as centenas de milhões de dólares que ganharam da Petrobras com o suor dos seus rostos e das suas mãos ágeis. Dilma não pode permitir esse golpe da elite branca.

No seu pronunciamento pós-carnavalesco, a presidenta mulher e oprimida precisa denunciar o preconceito. Como se não bastasse o trauma do mensalão, lá vêm as vozes reacionárias perseguir novamente as estrelas do proletariado. Será que o Brasil, esse insensível, não se lembra do sofrimento imposto ao nosso Delúbio, só porque o tesoureiro zelava pela segurança das transferências do Banco do Brasil para os cofres da revolução? Não, não se lembra. Senão não estaria impondo a mesma tortura a Vaccari. Só pode ser preconceito contra a categoria dos tesoureiros.

Agora está aí, nas manchetes da imprensa burguesa: João Vaccari e José Dirceu recebiam pessoalmente parte da propina da Petrobras destinada ao PT, segundo a investigação da Lava-Jato. Prezado brasileiro, você não está desconfiando de nada? Não percebe que são sempre os mesmos personagens implacavelmente perseguidos, só porque dão ao dinheiro do contribuinte a honra de financiar a rave deles no Palácio do Planalto?

Chega de discriminação contra o governo popular, chega de humilhar essa gente sofrida e milionária. Se vocês querem saber, seus conspiradores, os heróis do PT nem precisam desse dinheiro. Como acaba de ser revelado, o partido criou e oficializou a propina por dentro. Está dito e confirmado pelas testemunhas do petrolão: o suborno requerido aos fornecedores da Petrobras era convertido em doação legal ao PT. Propina oficial – com recibo, à luz do dia, tudo direitinho. Parem de perseguir quem está roubando honestamente.

Dilma, vá à televisão e grite contra os golpistas. O dinheiro abençoado do petrolão ajudou a bancar a sua reeleição, não permita que ponham sob suspeita a legitimidade do seu mandato — obtido com o voto consciente e a pilhagem mais consciente ainda. Defenda os companheiros que lhe têm bancado essa aventura inimaginável no leme da nação, com o mesmo ardor com que defendeu os mensaleiros. A nova CPI no Congresso possivelmente levará à discussão do seu impeachment. Corte esse mal pela raiz. Mande avisar que as mesadas serão cortadas e os traidores ficarão a ver navios, como esses que explodem a serviço da Petrobras.

Seu pronunciamento à nação será um sucesso, presidente. Carnaval terminado, todo mundo de ressaca e sem dinheiro — a sua aparição na TV será um bálsamo, tudo que o brasileiro estará desejando para recobrar o ânimo e encarar 2015 com alegria e otimismo. Não economize seu carisma e sua simpatia. Defenda a Petrobras com aqueles argumentos inteligentes usados na primeira reunião ministerial — acusando os inimigos de quererem “desprestigiar o capital nacional”. É bem verdade que naquela ocasião o teleprompter travou, justamente nessa frase. Foi oportuna a sua descompostura no operador da máquina. É muito desagradável gaguejar nessa frase depois do que o PT fez com a Petrobras.

Mas na gravação da mensagem aos brasileiros não haverá problema desse tipo. Errou, repete. Só não permita que seus olhos falem demais — não se esqueça de que eles não estão na delação premiada.

E você, cidadão brasileiro, não fiquei aí parado. Guarde um pouco da sua energia carnavalesca para ajudar Dilma Rousseff a defender a Petrobras e o bloco dos sujos. No dia do pronunciamento histórico, saia de casa de preto — a cor do petrolão, energia vital do governo popular. Se possível, na hora da cadeia obrigatória de rádio e TV vá para a rua trajando seu pretinho básico (não precisa assistir ao pronunciamento, você já sabe que a sua presidenta vai arrasar). Não se esqueça de deixar pendurado na janela também um pano preto, simbolizando a paz (dos cemitérios).


Ah, sim: leve uma vela acesa na mão, para iluminar o apagão governamental e ajudar a chefe da nação a encontrar a porta da saída.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

BOLA PRETA: Petezada cada vez mais encrencada na roubalheira



Odebrecht pagou US$ 31,5 milhões em propinas por ‘bom relacionamento’, diz Paulo Roberto Costa

REDAÇÃO ESTADÃO
12 Fevereiro 2015

Ex-diretor da Petrobrás detalha pagamentos e relata ter ouvido de executivo de empreiteira que políticos poderiam virar as costas para ele.
Por Mateus Coutinho, Ricardo Brandt e Julia Affonso

O ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou em sua delação premiada ao Ministério Público Federal no ano passado que a empreiteira Odebrecht, que está na mira da força-tarefa da Lava Jato, fez depósitos de propinas “a cada dois ou três meses” em suas contas no exterior entre 2008 e 2013 a título de “política de bom relacionamento” da empresa com ele. Os repasses totalizaram ao menos US$ 31,5 milhões até 2012.

Segundo Costa, os pagamentos em suas contas na Suíça não tinham relação com as propinas repassadas a partidos políticos e começaram a ser realizados por sugestão do próprio diretor da Odebrecht Plantas Industriais Rogério Araújo, que por volta de 2008 ou 2009 lhe disse: “Paulo, você é muito tolo, você ajuda mais os outros que a si mesmo. E em relação aos políticos que você ajuda, a hora que você precisar de algum deles eles vão te virar as costas”, relatou Costa na delação. O executivo da Odebrecht teria indicado, então, o operador Bernardo Freiburghaus, dono da empresa Diagonal Investimentos e que foi intimado a prestar depoimentos na nona fase da Lava Jato, mas ainda não foi encontrado pela Justiça. Freiburghaus era o responsável por abrir e operar as contas do ex-diretor de Abastecimento no exterior. A suspeita das autoridades é de que atualmente ele esteja na Suíça.

PAULO ROBERTO COSTA/CPMI

Em sua delação, Costa admitiu que possuía cerca de US$ 26 milhões em contas na Suíça vindos da Odebrecht, valor que o Ministério Público Federal está negociando a repatriação com as autoridades suíças. No depoimento, o ex-diretor da estatal detalha como era a operação das contas, que ficavam a cargo de Freiburghaus, com quem Paulo Roberto se encontrava a cada dois meses para conferir os extratos na sede da Diagonal, ou mesmo na Costa Global, empresa de consultoria aberta por Costa.

Após o encontro, os extratos eram destruídos e o ex-diretor não ficava com nenhum documento, apesar disso, ele confirmou que anotou em sua agenda apreendida pela PF que, em outubro de 2012, possuía US$ 31,5 milhões em quatro contas de offshores mantidas em diferentes bancos no exterior.

O ex-diretor relatou ainda que o operador cobrava um valor fixo para operar as contas e que Freiburghaus considerava importante, “de tempos em tempos, haver alguma mudança” nas contas mantidas no exterior, isto é, movimentar os recursos entre as contas para não deixar rastros para as autoridades. Nesse sentido, o operador transferiu recursos mantidos nas contas de Costa no HSBC (no Julius Bank Suíça) e no Deuscthe Bank para as contas na Suíça das quais as autoridades brasileiras conseguiram repatriar. Costa relata ainda que, após as transferências, ele foi pessoalmente nas agências das quatro contas abertas na Suíça conferir os valores.

VEJA O TRECHO DO DEPOIMENTO DE COSTA QUE CITA OS REPASSES DA ODEBRECHT

Costa admite que pode ter recebido quantias nestas contas também em 2014, mesmo após deixar a Petrobrás, “como forma de acertar valores de contratos firmado à época em que o declarante era diretor de Abastecimento”. Segundo o ex-diretor, os valores repassados pela empreiteira eram relativos aos contratos da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Ainda de acordo com Costa, apenas o diretor da Odebrecht Rogério Araújo, o operador e seus familiares sabiam das contas no exterior. Costa  sequer mantinha as senhas das contas, que ficavam com Freiburghaus, e que , segundo o delator, eram mantidas no exterior “para uso futuro, quando viesse a precisar” .

COM A PALAVRA, A ODEBRECHT:

A empreiteira nega as acusações de Costa e vem reiterando que não fez pagamentos ou depósitos para Costa e nem para qualquer outro executivo ou ex-diretor da estatal. Veja a íntegra da nota abaixo:


“A Odebrecht nega as alegações caluniosas feitas pelo ex-diretor da Petrobras e por doleiro igualmente réu confesso em investigação em curso na Justiça Federal do Estado do Paraná. A Odebrecht nega em especial ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer político, executivo ou ex-executivo da estatal.”

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

BOLA PRETA: O povo brasileiro pede o fim do PT


O PT acabou

David Coimbra
ZH de 11/02/2015

A estratégia do PT para se defender das denúncias de corrupção que apodreceram o partido pode criar precedente jurídico. Os petistas não negam que tenha havido roubo nos governos Dilma e Lula. Não. Eles se contentam em provar que houve roubo também no governo Fernando Henrique. Já estou vendo os advogados do país se valendo da jurisprudência:

— É verdade, meritíssimo, o meu cliente é traficante de drogas. Mas o Elias Maluco também é!

— Sim, senhores do júri, o meu cliente matou, mas 92% dos assassinatos no Brasil não são resolvidos. Por que querem resolver justamente este? A quem interessa condenar o meu cliente?

Compreensível o esforço dos petistas. O PT surgiu como uma bela ideia de que seria possível fazer política ética. Lembro de uma entrevista do Cazuza para o Jô Soares no final dos anos 80, em que ele falava com simpatia da "pureza" dos petistas, que não aceitavam negociatas. Tal era o espírito do PT, ao ser fundado num fevereiro como este, 35 anos atrás. Era essa pureza.

O PT ganhou o poder e perdeu a pureza. "De que adianta ganhar o mundo inteiro, se você perder a própria alma?", escreveu Marcos, citando Jesus. O PT perdeu a própria alma. Seria melhor não ter conquistado a Presidência, melhor não ganhar o mundo inteiro. Ainda teríamos a ilusão da ideia fundadora do PT: de que fazer política decente é possível.

Quando o PT se apresenta como um novo Adhemar de Barros, um rouba mas faz do século 21, quando o PT se apresenta como um Robin Hood caboclo, que tira dos ricos para dar aos pobres, quando o PT se justifica argumentando que rouba porque todos roubam, só torna tudo mais triste e sombrio. Porque parece não ser possível.

Antes os petistas dignos reconhecessem que as coisas deram errado, que não saíram como eles queriam, e tentassem de novo, de outra forma, não mais pelo PT. Porque o PT acabou. O PT tomou o rumo de outras legendas históricas do Brasil. O velho PCB de Prestes se liquefez com as contradições da União Soviética, o PTB de Brizola hoje é um balcão de fisiologismos, o MDB de Simon virou uma geleia disforme, o PDS se orgulhava de ser "o maior partido do Ocidente", mas era sucedâneo da Arena e hoje não existe mais nem como sigla, o PSDB surgiu como um seguidor da moderna social-democracia europeia e se mostrou um servidor da plutocracia paulista, e o PFL... Bem, o PFL sempre foi o PFL.

Hoje, o Brasil não precisa da ladainha supostamente ideológica dos defensores do governo. Ninguém mais acredita nessa conversa de que há uma luta entre os representantes das elites versus os representantes dos pobres. Todos sabemos que só há uma luta, no Brasil: a luta pelo poder.

Hoje, o Brasil não precisa de um bom governo, não precisa nem de um governo competente. Só precisa de um governo honesto. Porque o brasileiro não é um povo de corruptos, como querem fazer crer os interessados na relativização da roubalheira. Corrupto é o governo do PT. Corruptos foram governos passados.

Porém, há petistas honestos. Há muita gente dos outros governos que é honesta.

A maioria das pessoas que conheço é honesta. O povo brasileiro é tão honesto quanto qualquer povo do mundo.


O PT errou. Muitos outros erraram. Mas a indignação do brasileiro com esses erros já basta para mostrar que isso se tornou intolerável. Que nós iremos em frente. Que é possível. Sim, é possível.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

BOLA PRETA: Picaretagem com tratores financiados pelo Banco do Brasil


Recebi a informação de que no interior do Estado do Rio Grande do sul alguns agricultores, com dois ou três hectares de terra, utilizando-se de um projeto financiado pelo Banco do Brasil, dão como garantia suas terras e recebem dinheiro para comprar um trator – alguns no valor de 100 mil reais.


A informação dá conta de que eles não produzem nada em suas terras e muito menos usam o trator na propriedade. O que fazem é contratar um tratorista experiente para pilotar o trator e aí alugar o serviço para outros agricultores, que de fato trabalham suas terras. 

Dizem que o negócio está rendendo bons ganhos.

BOLA PRETA: Dilma comete suicídio político ao escolher Bendine, amigo de Lula e Rose, para presidir a Petrobras




Segunda Edição do Alerta Total
Por Jorge Serrão

Dilma Rousseff e a cúpula petistas conseguem mesmo se superar em termos de incompetência. É simplesmente temerária e catastrófica a escolha de Aldemir Bendine para presidir a Petrobras. A não ser que o objetivo seja que Bendine possa explicar aos investigadores da Operação Lava Jato como funcionou o estranho esquema de um fundo chamado BB Milenium 6 - que é alvo de denúncias de investidores, inclusive em atas de assembleias da Petrobras. Se não for isto, a solução Bendine é suicídio político de Dilma.

Com a ida de Bendine para a Petrobras, Alexandre Abreu, que é vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, assumirá a presidência do BB. Uma coisa já se pode escrever, sem medo de errar. Bendine será o atalho para o impeachment de Dilma. Sua nomeação desencavará o abafadíssimo Rosegate. Também ficou claro que nada muda na Petrobras. O acionista controlador, o governo da União, continua mandando e desmandando. Até para fazer escolhas catastróficas como a de Bendine.


Aldemir Bendini é alvo de uma investigação sigilosa do MPF, por indícios de lavagem de dinheiro. A culpa é de um motorista que trabalhou para Bendini durante seis anos.  Sebastião Ferreira da Silva, conhecido como “Ferreirinha”, também dirigiu para a melhor amiga de Luiz Inácio Lula da Silva, a poderosa Rosemary Nóvoa Noronha, ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, investigada por tráfico de influência.

Foi o então presidente do BB, Aldemir Bendine, quem ajudou a escolher onde funcionaria o escritório paulista da Presidência, em um andar da sede do BB. Bendine atendeu aos pedidos do ex-presidente Lula e de sua amiga Rosemary. Foi por influência e amizade também que Rose emplacou o ex-marido como suplente de conselheiro na Brasilprev ou seguradora Aliança.

 Ferreirinha

Foi o Ferreirinha (ex-piloto da Rose, na foto) quem revelou à procuradora federal Karen Kahn que realizou vários pagamentos em dinheiro vivo a pedido do presidente do BB. O motorista também testemunhou ter visto Bendini carregar sacolas de dinheiro para encontros com empresários. Um caso concreto, relatado por Ferreirinha, envolve a entrega de uma bolsa lotada de maços com notas de R$ 100 ao empresário Marcos Fernandez Garms.

Ferreirinha tem a memória viva de muitos esquemas petistas. Em 2002, ele trabalhou para a campanha presidencial de Lula – na época do conturbado assassinato de Celso Daniel. Em 2003, ele passou a dirigir para a repartição de Rosemary, que funcionava em um dos andares do prédio do Banco do Brasil, em São Paulo. Em 2007, Ferreirinha teria brigado com a poderosa Rosemary, mas não foi despedido. Acabou virando motorista de Bendini, que agora vai dirigir a Petrobras. A previsão é de desastre.

Reportagens requentadas lembram que Bendine foi acusado de favorecimento à socialite Val Marchiori por meio de empréstimos concedidos pelo BB. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o banco emprestou R$ 2,7 milhões para Marchiori a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, o que contrariaria normas internas dos dois bancos, já que a empresária teria crédito restrito por não apresentar capacidade financeira, além de não ter pago empréstimo anterior ao BB. Bendine negou as irregularidades. Para rebater a denúncia, o banco afirmou que a análise do empréstimo foi dada por três comitês, que envolveram no mínimo 17 técnicos de carreira antes do aval do BNDES.

O jornal O Globo também recorda que, em agosto do ano passado, o novo presidente da Petrobras pagou multa de R$ 122 mil à Receita Federal após ser autuado por não comprovar a procedência de aproximadamente R$ 280 mil informados na sua declaração de Imposto de Renda. Segundo a Receita, os bens do executivo aumentaram mais do que seria possível com sua renda. Ele entrou no radar do Fisco depois da denúncia da compra de um apartamento no interior de São Paulo, por R$ 150 mil, pagamento feito em espécie.


O Petrolão vai se linkar com o Mensalão e o Rosegate. A Polícia Federal investiga relações da quadrilha apanhada pela Operação Porto Seguro com negócios incomuns feitos por fundos de pensão. O principal caso sob análise resulta de queixas feitas por investidores sobre uma eventual influência da quadrilha em decisões estratégicas sobre aplicações feitas pelo poderoso Previ (Fundo de Previdência dos empregados do Banco do Brasil) – um dos aplicadores líderes de nosso sistema capimunista tuiniquim. A Lava Jato já apura as ligações perigosas entre os principais fundos de pensão (Previ, Petros, Funcef e Prece), além do sistema BNDES e BNDESpar, com vários negócios bilionários em que petistas e aliados estão envolvidos.

O principal alvo das investigações é descobrir se existe um elo de negócios entre a influente “Doutora Rosemary” e um outro grande amigo pessoal dela, Ricardo Flores, ex-presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e que se tornou presidente da Brasilprev - uma das maiores empresas de previdência complementar no Brasil, com 1,4 milhão de clientes. Virou “fato público relevante” que Rosemary tentou influenciar em indicações e cargos da cúpula do Banco do Brasil, aproveitando-se da amizade com Bendine. Rose toureava as pressões petistas por posições estratégicas no BB junto com o então ex-vice-presidente da área de governo do banco, Ricardo Oliveira. 

A escolha de Bendine revela o dilema da Presidenta da República. Ou ela é mesmo muito anta para tomar uma decisão equivocada como esta substituição forçada da amiga Graça Foster. Ou ela é totalmente refém e marionete da cúpula petista que coloca, de novo, no comando da Petrobras, um sujeito da mais alta confiança de Lula, como foi o agora quase em desgraça José Sérgio Gabrielli. Bendine foi a pior opção possível. O mercado já reage pessimamente. As ações da Petrobras tendem a despencar - facilitando os planos de quem deseja conseguir o controle da empresa, na bacia das almas. E, por ironia, muita grana desviada no Petrolão pode até ser esquentada nesta operação supostamente feita por "estrangeiros".  

Nesta zona toda do Petrolão, só morrendo de chorar ao lembrar o que o gênio Lula proclamou, em 23 de setembro de 2007, sete anos antes da descoberta de que foi ele quem instalou na direção da Petrobras os quadrilheiros que transformaram uma empresa petroleira em fábrica de bandalheiras bilionárias:

“Os companheiros que dirigem a Petrobras têm capacidade para chefiar qualquer empresa do ramo em qualquer lugar do mundo”.


BOLA PRETA: A incompetência está destruindo o Brasil


Comendo poeira dos europeus

Editorial O Estadão
O ESTADO DE S.PAULO - 06//02

Com o Brasil crescendo menos que a maior parte dos países, tanto emergentes quanto desenvolvidos, fica mais difícil culpar o resto do mundo pela estagnação brasileira - um recurso usado amplamente pela presidente Dilma Rousseff. A nova má notícia para quem usa esse tipo de discurso acaba de chegar da Europa. Segundo a Comissão Europeia, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro deve crescer 1,3% neste ano e o da União Europeia, 1,7%. Nas duas projeções houve um aumento de 0,2 ponto porcentual em relação aos números estimados há seis meses. Se os fatos confirmarem a expectativa, a produção crescerá nos 28 países do bloco europeu pela primeira vez desde 2007, ano anterior à crise iniciada no setor financeiro com o estouro da bolha imobiliária. Para 2016, as projeções são de 1,9% de expansão para a área do euro e de 2,1% para o bloco total.

As projeções de crescimento na União Europeia, em 2015, variam de 0,2% para a Croácia a 3,5% para a Irlanda, mesma taxa estimada para a economia americana, a maior do mundo. Até a Croácia terá desempenho melhor que o do Brasil. O PIB brasileiro deverá aumentar 0,03% neste ano, segundo a mediana das projeções coletadas pela pesquisa Focus, conduzida semanalmente pelo Banco Central (BC). Cerca de cem instituições são consultadas nessa sondagem.

O Brasil aparece com perspectivas pouco melhores, mas nada entusiasmantes, em outros conjuntos de projeções. As últimas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgadas no fim de janeiro, indicaram expansão de 1,2% para a zona do euro (pouco inferior ao novo número da Comissão Europeia) e de 0,3% para o Brasil. Naquele momento, as previsões dos economistas brasileiros também eram mais otimistas, apesar de muito sombrias. Em qualquer dos cenários divulgados a partir do último trimestre de 2014, o País aparece entre os últimos colocados na corrida internacional do crescimento econômico - e sempre com taxas muito próximas de zero.

As novas estimativas da Comissão Europeia são justificadas com três fatores: a redução do preço do petróleo, o novo Plano de Investimento da Europa e a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de continuar afrouxando a política monetária. A nova etapa dessa política deve incluir a emissão de até 1,1 trilhão, em cerca de um ano e meio, por meio da compra de títulos soberanos e de papéis privados. A inflação deve continuar muito baixa este ano. Em 2016, poderá atingir 1,3% na zona do euro e 1,4% na União Europeia. Até lá, haverá espaço para o BCE manter uma política expansionista.

No Brasil, a situação dos preços é muito diferente. O BC elevou os juros mais uma vez em janeiro e os economistas do mercado financeiro preveem pelo menos mais um aumento neste ano. A inflação estimada para 2015 chegou a 7,01% na semana passada. Boa parte das pressões virá da correção de preços politicamente represados nos últimos anos. Além disso, o ajuste programado para as contas públicas deixará pouco espaço para a expansão econômica nos próximos meses. Os dois arrochos, o monetário e o fiscal, são necessários para o reparo dos danos causados à economia brasileira, especialmente nos últimos quatro anos, pelos erros e truques do governo.

A Comissão Europeia apresentou suas novas projeções com as necessárias advertências e sem abusar do otimismo. A expansão ainda será limitada pelo baixo investimento e o desemprego continuará elevado, apesar de alguma redução. No conjunto, a parcela dos desempregados deverá diminuir de 10,2% no ano passado para 9,8% em 2015 e 9,3% em 2016.


Mas nesse ponto a vantagem brasileira é estreita e discutível. No terceiro trimestre de 2014, o desemprego no Brasil ficou em 6,8%, segundo a Pnad, a pesquisa mais ampla do IBGE. Esse número foi pior que os da Alemanha, do Reino Unido, da Dinamarca, da Áustria e da Holanda, entre outros. Além disso, os empregos criados no País têm sido de baixa qualidade. Melhor evitar bravatas em relação a esse ponto e cuidar da saúde da economia.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

BOLA PRETA: Continua o deboche na Petrobras


A falência e o deboche
 CLÓVIS ROSSI
FOLHA DE SP - 05/02

Neste início de fevereiro, três ruínas combinaram de se encontrar em um país chamado Brasil.

Sejamos absolutamente francos: o Brasil é uma ruína (ou, na melhor das hipóteses, está uma ruína).

Um país na iminência do racionamento de água e de energia elétrica encontra-se em estado falimentar. Mas, se fosse apenas uma crise hídrica e/ou energética, ainda dava para acreditar que Deus, tido como cidadão brasileiro, daria um jeito, mandando chuva suficiente para abastecer os reservatórios.

Acontece que a ruína é também moral/ética, econômica, social, política, de ideias, de tudo, a rigor.

Para não voltar muito ao passado, examinemos rapidamente o cenário econômico, tal como lembrado por Delfim Netto, na sua coluna desta quarta-feira (4), na Folha.

"Não é possível ignorar que em 2014, quando a única preocupação do governo foi a sua vitória numa intensa e cruel campanha eleitoral, as consequências foram muito ruins: deficit primário de 0,6% do PIB; deficit fiscal total de 6,7% do PIB; gasto com juros para o pagamento da dívida de R$ 250 bilhões, em torno de 5% do PIB, acompanhados por um aumento da relação dívida pública bruta/PIB para 63,4% do PIB, por uma taxa de inflação de 6,41% e por um surpreendente deficit em conta corrente de US$ 91 bilhões, 4,2% do PIB".

Faltou dizer que o crescimento, se for zero, será um bom resultado.

Passemos para outra ruína, a ética, e citemos outro colunista da Folha, Matias Spektor:

"Estima-se que a roubalheira envolvendo cofres públicos tenha custado até 5% do PIB só na última década. E quando Collor foi posto para fora, em 1992, o índice de confiança nos políticos era de 31%.

Treze anos depois, durante o mensalão, era de apenas 8%".

Spektor lembra que ainda está para ser contabilizado o pai de todos os escândalos, o "petrolão".

Digo o pai de todos porque é o primeiro, pelo menos até onde vai minha memória (que é de longo alcance), em que foram para a cadeia executivos de grandes empresas.

Ou seja, é uma das primeiras vezes em que são apanhados não apenas os corruptos de costume (em geral funcionários públicos ou políticos) mas também os corruptores (o lado privado da corrupção).

Nesse cenário, o que se poderia esperar da classe dirigente seriam demonstrações de preocupação, a busca urgente de respostas, providências capazes de estancar uma e outra sangria.

O que se viu, no entanto, neste domingo, foi o deboche.

Pelo excelente relato de Bruno Boghossian, na festa da vitória de Eduardo Cunha (ela, em si, já é um deboche), os dois principais articuladores políticos do governo foram ridicularizados.

Aloizio Mercadante (Casa Civil) foi chamado de Freddie Mercury, vocalista já morto do grupo Queen, pelo seu bigode, ao passo que Pepe Vargas (Relações Institucionais) virava Pepe Legal, o desastrado personagem de desenho animado.

Quando o deboche se dá entre companheiros de base governista, tem-se um retrato acabado da ruína política em que se encontra a pátria amada.

Tudo somado, o fato é que três ruínas combinaram encontro neste fevereiro.