sábado, 28 de junho de 2014

BOLA PRETA: Vice-presidente da Argentina é processado por corrupção


Amado Boudou é o 1º vice-presidente interino na história a ser processado.

Ele é apontado em esquema relacionado com a impressão de papel-moeda.

A Justiça da Argentina abriu um processo nesta sexta-feira (27) contra o vice-presidente do país, Amado Boudou, por "corrupção passiva e negociações incompatíveis" com seu cargo em um caso de corrupção relacionado com a impressão de papel-moeda, informaram fontes judiciais.

A decisão do juiz federal Ariel Lijo acontece enquanto Boudou se encontra em Havana, na primeira escala de uma viagem internacional que foi iniciada na quinta-feira e que deve ser concluída na próxima semana no Panamá.

O juiz também indiciou José María Núñez Carmona, sócio de Boudou, e um suposto 'testa de ferro' do vice-presidente, assim como outros três envolvidos no caso.

Amado Boudou, que ocupou o Ministério da Economia entre 2009 e 2011, é o primeiro vice-presidente interino na história da Argentina a ser processado em um caso de corrupção.

A resolução do tribunal assinala que Boudou e seu sócio "teriam adquirido a empresa quebrada e monopolista Ciccone Calcográfica, enquanto Boudou era ministro da Economia, através da empresa The Old Fund e de Alejandro Vandenbroele, com a finalidade de conseguir contratos com o Estado Nacional para a impressão de papel-moeda e documentação oficial".

Segundo a mesma resolução, Boudou, "aproveitando de sua condição de funcionário público", e Núñez Carmona, teriam feito um acordo com os donos da gráfica Ciccone para a cessão de 70% da empresa "em troca da realização das ações necessárias para que a gráfica pudesse voltar a operar e conseguisse contratos com a Administração Pública".

O juiz ordenou, além disso, um embargo sobre os bens do vice-presidente no valor de 200 mil pesos (US$ 25 mil), segundo o Centro de Informação Judicial.

Em julho de 2010, um tribunal comercial declarou a falência da gráfica Ciccone - atualmente nacionalizada e rebatizada como Compañía de Valores Sudamericana (companhia de valores sul-americana) - a pedido da Receita Federal da Argentina por dívidas impositivas.

A Justiça cancelou a falência três meses depois, por solicitação da própria empresa, após negociações de um plano de pagamentos com o Ministério da Fazenda, e a empresa ficou nas mãos da The Old Fund, controlada por Alejandro Vandenbroele, suposto testa de ferro de Boudou.

O vice-presidente também terá que prestar depoimento em outro processo sobre a compra ilegal de um veículo com documentação falsa.


As suspeitas sobre o envolvimento de Boudou em escândalos de corrupção ofuscou sua carreira política, o que o fez passar para o segundo plano nos últimos meses.

BOLA BRANCA: Até que enfim.

Finalmente!

sexta-feira, 27 de junho de 2014

BOLA PRETA: Lula "em prisão domiciliar" voluntária ou fugindo dos brasileiros para não ser vaiado,

Apareça no Mineirão, companheiro Lula

Augusto Nunes 27/04

Penúltimo a falar na convenção nacional do PT, Lula reservou um trecho da discurseira para fantasiar-se de doutor honoris causa em futebol, Copa do Mundo e derivados. Zanzando pelo palco feito apresentador de programa de auditório, o criador voltou-se para a criatura e deu por cumpridas todas as promessas que a dupla esqueceu no palanque: “Eu acho que o que o país tinha que mostrar já mostrou, ou seja, os estádios estão todos inaugurados, de melhor qualidade pra fazer qualquer inglês morrer de inveja”, começou o animador de picadeiro.

Lula deve achar que Wembley é marca de uísque americano. Nunca deu as caras num dos muitos estádios cinco estrelas da Grã-Bretanha. Mas faz de conta que os ingleses sonham com governantes que enterram em arenas superfaturadas (e condenadas a transformar-se em elefantes brancos) os bilhões de dólares que poderiam tirar da gaveta as “obras de mobilidade” urbana prometidas desde 2007. Se alguém fizesse por lá o que o padrinho e a afilhada fizeram aqui, perderia o emprego. E seria transferido do gabinete para um tribunal.

“É a primeira vez, presidenta Dilma, é a primeira vez que um time perde por excesso de qualidade do nosso estádio”, continuou a aula magna de vigarice. “A Inglaterra não estava habituada a jogar num campo daquela qualidade, como ela jogou aqui no país”. Lula descobriu que os inventores do futebol só ganham jogos em campos de várzea. E achou excelente a situação dos gramados que só viu na TV porque o medo de vaia o aconselhou a acompanhar a Copa sem sair de casa.

Há poucas horas, na entrevista ao Jornal do SBT, pareceu bem menos seguro: “Possivelmente a gente tenha culpa”, ressalvou no meio do falatório sobre a goleada sonora sofrida por Dilma Rousseff no Itaquerão. Por que o ex-presidente não aproveita o jogo do Brasil contra o Chile, neste sábado, para livrar-se de dúvidas. Basta interromper a prisão domiciliar voluntária, trocar a sala do apartamento em São Bernardo pela arena de Belo Horizonte e ouvir o que pensa a multidão.


Coragem, companheiro Lula. Apareça no Mineirão

BOLA PRETA: Para a péssima invenção do Lula

charge internet
Dilma tenta, mais uma vez, usar o ódio como um ativo eleitoral! Lula conta piadas involuntárias

Por Reinaldo Azevedo


A presidente Dilma Rousseff, a criatura, participou da convenção do PT baiano que oficializou a candidatura de Rui Costa ao governo do Estado. Disse que estava feliz por estar lá no momento em que seus “adversários apelam para o ódio, apelam para os xingamentos e apelam para a política desqualificada”.

De novo essa conversa! Muito bem! Desafia-se aqui qualquer petista a demonstrar em que momento as oposições recorreram a esses expedientes. Isso nunca aconteceu! O PT, sim, é um “odiador” profissional. Quando, em 2003, Lula, o criador, lançou a tese vigarista da “herança maldita”, estava fazendo o quê? Amando? Até porque a herança era bendita. Quem xingou Dilma no Itaquerão não foi a oposição, mas os torcedores.

Lula também estava presente, claro! O homem falou, ora vejam, da necessidade de uma reforma que moralize a política. O chefão petista que, até agora, nega a existência óbvia do mensalão, se apresenta como um moralizador. Parece piada. O PT, como sabemos, insiste em fazer um plebiscito para arrancar uma constituinte exclusiva para fazer tal reforma. O expediente só seria benéfico ao próprio partido.

O ex-presidente estava mesmo propenso à piada. Afirmou que o tal “mercado” nunca apoiou o PT, o que, obviamente, é mentira. Basta ver as doações que os petistas receberam e recebem do tal “mercado”. Aliás, é do próprio Lula a frase de que o setor financeiro nunca lucrou tanto como em sua gestão, o que é verdade.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

BOLA PRETA: A contabilidade do governo está cada vez mais mentirosa


A volta dos alquimistas

MIRIAM LEITÃO
O GLOBO - 26/06

Já vai terminando o mandato concedido pela presidente Dilma na eleição de 2010 e, até nos últimos meses do período regulamentar, ela continua com a mesma tática de jogo: para fechar as contas, recorre à contabilidade criativa. Nos últimos dois dias, duas novas jogadas. A primeira foi a operação com a Petrobras, que derrubou a ação da empresa, a outra, mais um cheque para o BNDES.

Para a Petrobras, é um mau negócio porque ela terá que desembolsar recursos antes de embolsar. Vai ter despesas antes de ter receitas com os quatro blocos de pré-sal. Terá que pagar o bônus de assinatura de R$ 2 bilhões este ano e continuar antecipando dinheiro à União nos próximos, antes que os blocos estejam produzindo petróleo em 2021. Ao todo, gastará cerca de R$15 bi antes dessa data. As ações da companhia, que vinham subindo com os últimos resultados das pesquisas de intenção de voto, caíram 3% na terça-feira e mais 3%, ontem.

Tudo o que a empresa não precisa agora é ter mais despesas antes das receitas e redução do seu valor de mercado na bolsa. A Petrobras está com alto endividamento em relação à sua capacidade de geração de caixa. Enfrenta o desequilíbrio provocado pelo controle dos preços da gasolina, precisa de recursos para os investimentos programados e tem que continuar tocando projetos de retorno duvidoso, como a refinaria Abreu e Lima.

O governo, no entanto, com dificuldade de cumprir a meta já reduzida de superávit primário, fez mais uma manobra para receber de imediato da empresa R$ 2 bilhões. Além disso, o fato de entregar os blocos sem licitação aumenta a incerteza sobre as regras do mercado brasileiro de exploração de petróleo. A longo prazo, pode ser um bom negócio para a estatal, mas, neste momento, tirar recursos do caixa não é o mais recomendável.

Outra manobra que o governo está fazendo é mais um daqueles cheques ao BNDES, desta vez, de R$ 30 bilhões. São, como se sabe, chamados de “empréstimos” para não aparecerem na contabilidade da dívida líquida. Na dívida bruta, no entanto, aparecem, e isso é que é levado em conta por quem sabe acompanhar a política fiscal.

O ex-presidente Lula, que vinha pedindo mais gastos, agora disse que “não cabe” levantar dúvidas sobre a seriedade fiscal do governo. Cabe sim, porque a atual equipe econômica fez uma sucessão de alterações na contabilidade pública nos últimos anos que foram tornando os dados cada vez menos confiáveis. O Brasil seguiu um longo processo de pôr em ordem as contas públicas desde o fim do governo militar até a Lei de Responsabilidade Fiscal. Continuou assim no primeiro mandato do ex-presidente Lula. Depois da crise de 2008, no entanto, o país entrou na fase da contabilidade criativa que estamos até agora.

Uma das técnicas do transformismo foi usado na energia, quando o governo determinou que um ente privado, a CCEE, pegasse um empréstimo no mercado financeiro para cobrir os rombos das distribuidoras tendo como garantia o aval da Aneel de que elas pagarão com aumento futuro de tarifa.


Tudo isso será necessário corrigir no próximo governo, mesmo que a eleita seja a própria presidente Dilma. O malabarismo fiscal está reduzindo a confiança do empresariado para investir e aumentando as dúvidas dos classificadores de risco soberano. Uma das agências já rebaixou o Brasil e outras dão alertas com frequência. O país vem retrocedendo na solidez das suas contas exatamente porque a cada dia o governo cria uma novidade para levar recursos para o Tesouro. Tem conseguido apenas acumular cada vez mais distorções.

BOLA PRETA: O STF começou a desagradar as pessoas de bem


Nem vítimas nem algozes

MERVAL PEREIRA
O GLOBO - 26/06

Muito embora o plenário do Supremo tribunal Federal (STF) tenha reformado a decisão monocrática do ministro Joaquim Barbosa com relação à exigência de cumprimento de 1/6 da pena para que o condenado no regime semiaberto possa ter um trabalho externo, não aconteceu o que os militantes petistas tanto queriam, uma desmoralização do presidente demissionário, identificado por eles como um perseguidor dos mensaleiros condenados.

A começar pela manutenção da negativa de prisão domiciliar para o ex-presidente do PT José Genoíno, o plenário do STF analisou as decisões de Barbosa referentes à execução das penas do processo do mensalão dando-lhe razão em alguns casos e discordando em outros, sempre ressaltando, por praticamente todos os membros, que a lei de execuções penais compreende diversas interpretações, não sendo nenhuma das decisões de Joaquim Barbosa questionável por ilegal ou despropositada.

Não há no caso nem vítimas nem algozes, como ressaltou o decano do Supremo, o ministro Celso de Mello, que fez questão de ressaltar a justeza das condenações e o caráter antidemocrático dos atos praticados pelos réus do mensalão.

O caso de Genoíno se transformou em emblemática questão política, já que petistas utilizaram todos os meios para espalhar a ideia de que o ex-presidente do PT, contra o que dizem diversos laudos médicos, corre risco de vida se não for liberada sua prisão domiciliar.

O ministro Luís Roberto Barroso, que assumiu a relatoria das execuções penais com a demissão de Barbosa, desde o primeiro momento que participou do julgamento do mensalão parece constrangido em condenar Genoíno, e ontem voltou a elogiá-lo. No primeiro momento, lamentou condenar um homem que participou da resistência à ditadura no Brasil, em um tempo em que isso exigia abnegação e envolvia muitos riscos.

Esse discurso elogioso provocou a reação de diversos ministros na ocasião. A Ministra Carmen Lúcia disse que o juiz, infelizmente, não julga histórias, porque as histórias às vezes são feitas de desvios que seriam impensáveis de serem praticados em outra circunstância.

Ontem, Barroso classificou Genoíno de símbolo do republicanismo e do igualitarismo antes de negar o pedido para que a prisão fosse transformada em domiciliar. Mas, sem que a questão estivesse em pauta, lembrou que Genoíno cumpre 1/6 da pena em dois meses, dando a entender que a partir daí poderá ir para casa.

A questão do cumprimento de 1/6 das penas para a autorização de trabalho externo suscitou uma boa discussão sobre o sistema penitenciário e demonstrou que Barbosa não estava exagerando ao interpretar ao pé da letra a exigência do Código Penal.

Celso de Mello foi o único voto a apoiar Barbosa, mas não é o único a considerar que a jurisprudência do STF deve prevalecer sobre a do STJ, que desde 1999 vem admitindo o trabalho externo sem o cumprimento mínimo da pena. Mesmo os que votaram contra a posição de Barbosa, a começar pelo relator Barroso, admitiram que a situação do sistema penitenciário é um descalabro, e que a flexibilização da lei é necessária para conviver com nossa triste realidade.

A tese vencedora foi que a razoabilidade exige interpretação mais generosa da legislação, sendo lembrado que o Rio Grande do Sul já definiu que os presos em semiaberto devem ir para prisão domiciliar por falta de vagas compatíveis com o tipo de condenação. Esse assunto será levado ao plenário do STF pelo ministro Gilmar Mendes para que haja deliberação sobre essa decisão da justiça gaúcha.

Ficou claro que o estilo centralizador e autoritário do presidente demissionário Joaquim Barbosa não é o da preferência do plenário, tanto que a execução das penas será transferida para Vara de Execuções Penais de Brasília, e não centralizada pelo novo relator.

Mas ficou evidenciado que Barbosa não abusou de seu poder nem tomou decisões sem o apoio da lei. E certamente há um pensamento majoritário na sociedade, já detectado por pesquisas: o mensalão petista só levou poderosos para a cadeia e os manteve lá pelo estilo centralizador e autoritário de Barbosa, amplamente aprovado pela população, a ponto de uma parcela representativa querê-lo como candidato à Presidência.


segunda-feira, 23 de junho de 2014

BOLA PRETA: O PT já deu. Chega!

Pouca mudança

EDITORIAL FOLHA DE SP
FOLHA DE SP - 23/06


Discursos na convenção do PT não ocultam contradições do partido e repetem visão estereotipada sobre o debate político brasileiro

Continuidade e mudança: este seria o eixo que, nominalmente, orienta a campanha pela reeleição de Dilma Rousseff à Presidência da República. Não sem habilidade, o lema procura dar conotação positiva às atuais dificuldades da postulação petista.

Com a popularidade em baixa, num clima de pessimismo econômico, Dilma não tem como se apresentar ao eleitorado sem acenar com alguma correção de rumos.

Ao mesmo tempo, busca reassegurar os que a apoiam --e a manutenção das políticas sociais aprofundadas a partir do governo Lula constitui, por assim dizer, o marco mínimo a partir do qual traçar o discurso de campanha.

Embora o binômio da continuidade e da mudança expresse um equilíbrio retórico delicado, não se trata, em tese, de nenhuma quadratura do círculo. Mas os problemas dessa formulação se amplificam quando se tenta concretizá-la.

Vieram acrescidos de sérias contradições, aliás, na cerimônia de oficialização da candidatura Dilma, ocorrida neste sábado (21).

Mudanças, por certo, são necessárias; mas quais? Além de promessas requentadas sobre desburocratização, universalização da banda larga e reforma política, em torno de que prioridades se aglutina o heterogêneo espectro de alianças partidárias que, agora com a exceção do PTB, supostamente daria base parlamentar aos projetos legislativos de Dilma?

Quanto à "continuidade", tampouco é claro o que significa. Até mesmo os setores mais entusiastas do petismo sabem que a lista das demandas sociais tende a ser inesgotável, e que a pauta de benefícios agora colocada pela sociedade é de outra natureza.

A bandeira da continuidade só se sustenta, em termos eleitorais, por meio de outro recurso: o da demonização do adversário. Seria para evitar uma "volta ao passado" --com o fantasma de um declínio no nível de renda dos mais pobres-- que valeria a pena manter tudo como está.

Surge a partir daí um outro binômio, este sim perverso, na orientação da campanha petista. Enquanto a candidata Dilma Rousseff aposta num perfil mais simpático e aberto ao diálogo com outros setores da sociedade, em especial o empresariado, Lula e outras figuras do PT alimentam a sede de maniqueísmo da militância.


Na convenção de sábado, alternou-se a atitude vitimizante que atribui a conspirações de direita o "ódio" contra o PT e o discurso inverso, o do ataque indiscriminado. Nesse mar de contradições em que o partido navega, o dedo apontado contra as "elites brancas" não impede a mão estendida a antigos defensores do regime militar.

domingo, 22 de junho de 2014

BOLA BRANCA: Para as vaias na Dilma


AS COMPLEXIDADES DA SIMPLIFICAÇÃO

Percival Puggina


Quem xingou Dilma no Itaquerão? Fossem sonoros aplausos, a comunicação oficial não teria constrangimento em ressaltar a ruidosa e alegre saudação popular dedicada à presidente. Mas não foram aplausos. Impunha-se, portanto, circunscrever a ação dos torcedores a um pequeno e seleto grupo de privilegiados e em encontrar responsáveis pelo ocorrido.

O ex-presidente Lula, que, prudentemente, não passa nem de avião por sobre os estádios com cuja construção se comprometeu, veio às falas. Ao se manifestar, no dia seguinte, durante um comício do PT em Pernambuco, apelou para o velho truque de emoldurar o fato num quadro simplista: o estádio teria sido capturado por não torcedores, gente cheia de ódio. Quem estimulou esse ódio? Setores da imprensa. Quais as razões do ódio? Revolta dos ricos contra o crescente bem estar dos pobres. Mas adiante, sublinhou não haver no estádio ninguém com cara de pobre. "A não ser você Dilma". Nenhum "moreninho". E afirmou que o público era formado pela "parte bonita da sociedade, que comeu a vida inteira".

Ao querer simplificar, Lula complicou e se complicou. É impossível não perceber os preconceitos desse discurso. Para que tal oratória fique de pé, o ex-presidente decide que branco é bonito e moreninho feio, e que quem sempre comeu se revolta quando todos comem. Por quê? Faltando os porquês, o discurso cai. Desaba como uma pedra sobre os sapatos Louboutin da presidente com cara de pobre. Lula sempre forçou antagonismos para se posicionar: pobres contra ricos, moreninhos contra branquinhos, olhos claros contra olhos escuros, empregados contra patrões, índios contra civilizados. E vice-versa, ao gosto do freguês. Agora, nos apresenta o Brasil dividido, também, entre o Brasil dos bonitos e o Brasil dos feios. Arre, Lula!


Mas não foi só aí que, por excesso de simplificação, a oratória ex-presidencial despencou a ponto de tornar a fala imprestável para qualquer par de neurônios que lhe desse atenção. Afinal, quem, sem consultas, sem ouvir a opinião pública, na escuridão do próprio bestunto, decidiu trazer a Copa de 2014 para o Brasil? Quem cedeu às exigências e padrões da FIFA? Quem multiplicou as sedes e construiu estádios onde sequer existem clubes de futebol? Quem, se não o próprio Lula, criou o cenário para a festa do dia 12, não no histórico Maracanã, não na Capital Federal, mas no estádio do seu Corinthians? Agora, após o acontecido, ele imagina que o país também se divide entre uma multidão burra e uns poucos inteligentes, entre os quais o próprio. E fala, novamente, como se nada tivesse a ver com o que acontece no país.

BOLA BRANCA: Quem com ferro fere com ferro será ferido, viu PT


Nem xingamento nem vitimização

RONALDO CAIADO
FOLHA DE SP - 22/06

Acreditar que aqueles que xingaram Dilma são integrantes da "elite branca e conservadora" é um insulto à inteligência do brasileiro

É inaceitável numa democracia que um presidente da República seja xingado publicamente de modo grosseiro, especialmente num evento do porte da abertura da Copa do Mundo, vista por mais de 3 bilhões de pessoas em todo o planeta.

É grosseiro, merece nosso repúdio, mas não podemos esquecer o contexto que levaram milhares de pessoas a xingar a presidente Dilma Rousseff no Itaquerão. E muito menos aceitar a "vitimização" que o PT pretende impor à sociedade em mais uma de suas "armadilhas" em lançar falsas questões em falsos debates, com falsos argumentos.

Acreditar que aqueles que a xingaram são "cretinos", "facínoras", integrantes da "elite branca e conservadora" é um insulto à inteligência do brasileiro e é imaginar que ele não tem memória ou capacidade de interpretar gestos políticos.

Por anos o PT e seus principais dirigentes atacaram duramente a figura do presidente da República, qualquer que fosse o ocupante da principal cadeira do Palácio do Planalto. Os ex-presidentes José Sarney, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, todos eles sofreram agressões grosseiras de Lula e de outros próceres do partido. Na fila de desafetos petistas incluem-se Mário Covas (chegou a ser agredido fisicamente), José Agripino e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, inclusive ameaçado de morte.

Essa sempre foi a estratégia política do partido da atual presidente da República, desde a sua fundação. A de agredir quem pensa diferente, a de acirrar os conflitos em dicotomias simplistas --"elite branca" versus "maioria negra"-- e a de não respeitar a decisão da maioria, como nos episódios da campanha do "Fora FHC" e da Constituição de 1988, que resistiram a assinar.

Agora tentam utilizar o episódio do Itaquerão para reverter a situação e "vitimizar" a presidente Dilma Rousseff na figura de mulher, "mãe de família", "avó indefesa", para obter ganhos políticos eleitoreiros. Esquecem, propositadamente, que a própria Dilma Rousseff usou o dinheiro público na rede nacional de rádio e TV para estimular o conflito. Contribuiu com uma safra de ofensas que incluiu expressões pouco republicanas para a liturgia de seu cargo, como "derrotados", "fantasmas do passado".

Tentam, ao vitimizá-la, ludibriar a opinião pública e fazer com que se esqueça que, por trás das vaias e dos grosseiros xingamentos, existem insatisfações concretas na população, que já se materializaram nas ruas em junho do ano passado.

A economia vai mal, a inflação recrudesce, os juros sobem e a corrupção grassa solta. Os gastos astronômicos e superfaturados das obras da Copa, o inexistente legado e a incompetência em cumprir o prometido comprometeram a imagem do governo e do país, aqui e no exterior, como indicam as pesquisas.


Mesmo assim, numa vã tentativa de iludir a população, eles fingem que essas informações não se referem à gestão deles. Esse é o quadro, inaceitável numa democracia. Não podemos deixar mais esse exercício cínico de vitimologia do PT prosperar. Precisamos desmascará-lo e garantir um regime democrático pleno, sem xingamentos, mas sem mentiras nem vitimização.

BOLA PRETA: PT o mentiroso de sempre


A primeira vítima

DORA KRAMER
ESTADÃO - 22/06


A frase é conhecida: “Na guerra, a primeira vítima é a verdade”. A autoria é controversa, mas a aplicação cabe de maneira inquestionável à reação do PT ante à constatação do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, de que a avaliação negativa sobre o governo não é coisa só da “elite branca”.

Baixou o desconforto no partido após a divulgação da conversa dele com blogueiros amigos, justamente às vésperas da convenção que oficializaria neste sábado a candidatura de Dilma Rousseff com ato de desagravo à presidente devido à agressão verbal sofrida na abertura da Copa.

Se de um lado Carvalho enfraqueceu o estratagema com seu testemunho imune à acusações de “golpismo”, de outro o PT demonstrou que encara essa eleição como uma guerra e não se intimida em fazer da verdade sua primeira vítima. Qualquer coisa serve para construir uma narrativa que sirva para desviar a conversa dos problemas concretos. Da economia que patina, do atendimento de saúde sofrível, da educação vergonhosa, da segurança pública abaixo da crítica, da inflação ameaçadora, do crescimento pífio, do envio da ética às favas, da transformação do Estado em aparelho partidário etc.

Os companheiros de Gilberto Carvalho acharam que ele deu munição ao adversário ao dizer aos blogueiros, em conversa transmitida pela internet, coisas que os entusiastas do “Volta, Lula” dentro do partido dizem de Dilma Rousseff com palavras muito menos gentis. Algumas não ficando nada a dever às pronunciadas naquela tarde no Itaquerão.

Ora, o primeiro a fornecer munição contra si foi o próprio governo produtor de todos os escândalos, trapalhadas políticas, desacertos administrativos e zigue-zagues na política econômica; e também o partido na aflição de ver Dilma fora da disputa pelo medo de perder a eleição. A oposição, como se sabe, em todo o período teve desempenho pífio.

O “erro” do secretário-geral for ter dito isso no momento em que os petistas acreditaram ter achado uma mina para explorar, fazendo de Dilma a vítima de falta de educação alheia. Já haviam tentado a tática dos fantasmas; ninguém deu bola, as pesquisas continuaram no mesmo diapasão negativo. Veio em seguida a história do ódio que seria vencido pela esperança e, de novo, nada. Por último, deu-se o inusitado: vaia transformada em elogio, em trunfo eleitoral a ser explorado até o osso.

Saiu a primeira pesquisa realizada depois de iniciada a Copa e onde estava registrada aquela solidariedade toda à presidente? Pelos números, ateve-se às manifestações ao terreno da civilidade, nada tendo a ver com política ou eleições. Na realidade, a pesquisa do Ibope mostra que, em termos de decisão de voto do eleitor, as intenções estão temporariamente suspensas, porque os interesses estão voltados para os jogos. Os candidatos, todos eles, variaram pouca coisa, para mais ou para menos. Quadro, portanto, estável.

Essa estabilidade também se repete nos índices negativos de avaliação do governo, cuja desaprovação se mantém superior (33%) à aprovação (31%). Todas as políticas públicas tiveram altas taxas de rejeição, sendo que a saúde atingiu 78%, mesmo com toda a propaganda em torno do programa Mais Médicos. Com Bolsa Família e tudo, a desaprovação para a área de combate à pobreza é de 53%.

Os que não confiam na presidente são 52% dos pesquisados. Ela continua na frente com 39% das intenções de votos, o mesmo patamar de 2010 a essa altura do ano. Com uma diferença: estava em ascensão e representava um governo com avaliação negativa de 4%. Dilma é conhecida por 99% dos que responderam à pesquisa, sendo que 43% dizem que não votam nela de jeito nenhum.


Convenhamos, haja elite branca para dar conta disso tudo. Essa é uma verdade expressa em números que o PT insiste em abater a golpes de invencionices que seriam apenas infantis, não fossem motivadas por boa dose de má-fé.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

BOLA PRETA: Alterar a lei de anistia é abrir nova guerra.

desenho internet
Convocar fantasmas

EDITORIAL O GLOBO
O GLOBO - 20/06

Pressões para a revisão da Lei de Anistia, a fim de que agentes públicos responsáveis por crimes cometidos na “guerra suja” travada, na ditadura, com grupos armados da esquerda sejam punidos na Justiça crescem à medida que, no trabalho da Comissão da Verdade, surgem revelações sobre aqueles tempos, feitas por militares e policiais que atuaram no aparelho de repressão política do Estado. Mudar esta lei, porém, não é apenas uma aberração jurídica, como também um erro político.

A chegada ao poder de partido mais à esquerda, o PT, no qual há vítimas da ditadura militar, colocou na pauta de discussões em Brasília mudanças na anistia de 1979. Antes, na Era FH, do PSDB, outro partido de esquerda, porém mais ao centro no mapa das ideologias, também perseguidos pelos militares assumiram cargos no Executivo e se elegeram para o Congresso, sem, no entanto, que os termos da anistia fossem contestados. Na gestão FH instituiu-se uma Comissão da Verdade e se aprovou legislação para se indenizarem vítimas da ditadura.

Em 2010, ação movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para alterar a lei e permitir o indiciamento de agentes públicos foi rejeitada pelo Supremo, por sete votos a dois. Confirmou-se, portanto, a amplitude do perdão concedido pelo Congresso, por proposta do último dos governos militares, do presidente-general João Baptista Figueiredo.

Vários argumentos embasaram o veredicto. Eles continuam válidos. Um deles: não bastasse a anistia ter sido aprovada livremente pelo Congresso, ela emergiu de uma negociação da oposição com os generais. Mais do que isso, uma negociação incluída como parte de um processo mais amplo de transição da ditadura para o retorno à democracia, sem violência e maiores transtornos institucionais.

A Lei de Anistia, portanto, não pode ser vista de forma isolada, fora do contexto de uma redemocratização sem turbulências, sem vencidos e vencedores. Embora ficasse evidente a derrota do projeto militar de poder, nutrido a partir de uma geração de tenentes na década de 20, quando patrocinaram rebeliões contra a República Velha.

Outro aspecto é que a Anistia, ao contrário do que aconteceu em alguns países da América Latina, não beneficiou apenas um lado. Ela foi recíproca. Revê-la é ir contra a ideia de que a concessão da anistia ampla pressupunha a impossibilidade de revanchismo. Este mesmo princípio é que permitiu que um dos políticos aliados aos militares, José Sarney, viesse a ser peça-chave na transição. Ele tem sido, não por acaso, fiel parceiro do PT.


A Lei, portanto, se assenta sobre uma construção política tal que revê-la para punir agentes públicos por crimes cometidos até 79 é como se fosse reaberto o processo de transição pacífica para a democratização. Como isto é impossível, a revisão se choca com a própria evolução da História. Não bastasse o movimento ir contra uma decisão do Supremo, acabar com a lei é convocar fantasmas de um passado já longínquo.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

BOLA BRANCA: Pesquisas mostram o PT caindo na preferência e IBOPE confirma

Nova pesquisa IBOPE

APROVAÇÃO DE GOVERNO

A taxa de aprovação à administração da presidente Dilma Rousseff caiu 5 pontos percentuais e está em 31% (quem responde que o governo é “bom” ou “ótimo”). Para 34% o governo Dilma é regular. E outros 33% consideram a administração petista ruim ou péssima.

terça-feira, 17 de junho de 2014

BOLA PRETA: Para o petismo que ninguém aguenta mais

Desespero, ódio e baixaria.

O Estado de são Paulo
17 de junho de 2014

No desespero diante da sólida evidência de que a incompetência de Dilma Rousseff está colocando seriamente em risco o projeto de poder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva apela para seu recurso retórico predileto: fazer­se de vítima, acusar "eles" ­ seus adversários políticos ­ daquilo que o PT pratica, transformando­os em inimigos do povo e sobre eles jogando a responsabilidade por tudo de ruim e de errado que acontece no País. Lula decidiu de vez "partir para cima" e deixou claro que até outubro estará se atolando no ambiente em que se sente mais confortável: a baixaria.

Uma das mais admiráveis figuras do século 20, Nelson Mandela, reconciliou a África do Sul ­ que saía do abominável regime do apartheid ­ consigo mesma promovendo pacificamente o entendimento entre a minoria branca opressora e a ampla maioria negra oprimida. Lula continua fazendo exatamente o contrário: dividiu os brasileiros entre "nós" e "eles", arrogando-se a tutela sobre os desvalidos, que tem procurado seduzir, transformando-os não em cidadãos, mas em consumidores. Um truque que, como se vê hoje nas ruas, está saindo pela culatra.

Pois é exatamente o homem que subiu na vida com um punhal entre os dentes, disseminando a divisão em vez da consciência da cidadania como arma de luta contra as injustiças sociais, que agora, acuado pelo desmascaramento da enorme farsa que tem protagonizado, tem a desfaçatez de prognosticar que "a esperança vai vencer o ódio".

Apesar de alegadamente motivada pela declaração de Aécio Neves, na convenção do PSDB que lançou oficialmente sua candidatura à Presidência da República, de que "um tsunami" vai varrer o PT do poder, foram dois os sinais de alerta que levaram Lula a abrir a caixa de ferramentas: nova queda de sua pupila Dilma nas pesquisas e as vaias e agressões verbais em coro de que ela foi vítima na quinta­ feira durante o jogo de estreia do Brasil na Copa do Mundo.

Quanto às pesquisas, não há muito mais a dizer do que aquilo que elas revelam: uma tendência constante de queda do prestígio e das intenções de voto na candidata do lulopetismo à reeleição. A debandada dos membros mais "pragmáticos" da "base aliada" reforça essa evidência.

As vaias e xingamentos no Itaquerão, por sua vez, refletem o que têm afirmado, abertamente, muitos líderes oposicionistas e, intramuros, lideranças do próprio PT: Dilma e, mais do que ela, o lulopetismo estão colhendo o que semearam. Nem por isso manifestações como aquelas podem ser endossadas. A grosseria não é coisa de gente civilizada. Um chefe de Estado merece respeito, no mínimo, pelo que representa.

Mas não há de ser quem sempre, deliberada e calculadamente, se esmerou em atacar e ofender adversários que agora vai assumir posição de superioridade moral para condenar quem manifesta, no calor da multidão, um sentimento espontaneamente compartilhado.

E também não vale o argumento com que Lula procurou desqualificar os manifestantes do Itaquerão, a eles se referindo como "gente bonita", ou seja, a famigerada elite. Afinal, a Copa do Mundo no Brasil, essa vitrine que está expondo o País aos olhos do mundo com efeitos duvidosos, foi apresentada à Nação sete anos atrás como uma fantástica conquista pessoal de Lula, uma dádiva generosa ao povo brasileiro. Foi para a "gente bonita" que Lula trouxe esse espetáculo ­ do qual agora mantém a boa distância e não porque não possa pagar os caríssimos ingressos que, como ele sempre soube, são cobrados pela Fifa.

A candidata Dilma, por sua vez, recolheu­se. Alegou uma gripe para não comparecer, ao lado do chefe, à convenção do PT que lançou, no domingo, a candidatura petista ao governo de São Paulo. Mas o recato acabou aí. Gravou um vídeo em que se refere indiretamente ao episódio do Itaquerão e dá uma magnífico exemplo do tom mistificador que passará a imprimir à campanha eleitoral: "(O Brasil) é um país em que mulheres, negros, jovens e crianças, a maioria mais pobre, passaram a ter direitos que sempre foram negados. É isso que vaiam e xingam. É isso que não suportam".

Os líderes do lulopetismo só estarão a salvo de vaias e constrangimentos se escolherem as multidões que estão sob seu próprio controle. 

BOLA PRETA: Como sempre para as mentiras dos petistas

Presidente do PT mente no twitter sobre Mais Médicos.


O presidente do PT, Rui Falcão, acaba de postar uma tremenda mentira no twitter. Veja acima. Quando vamos para a reportagem no site do espertalhão, está escrito:

É uma grande mentira. Os primeiros médicos cubanos começaram a trabalhar em 1 de setembro de 2013, conformenoticiado em toda a imprensa. 

Como é que poderiam, então, ter causado tal efeito nos atendimentos em São Paulo, se trabalharam apenas quatro meses?

Este é o PT que a gente conhece. Manipulador. Maquiador. Falsificador. Mentiroso. Se o presidente do partido é capaz de ir para uma rede social mentir para o país, imaginem o resto da sofisticada organização do Mensalão. E vejam o que ele tuitou antes!


Sem dúvida alguma, esta será uma campanha muito suja, não é Rui Falcão?

Cópia do excelente http://coturnonoturno.blogspot.com.br/

sábado, 14 de junho de 2014

BOLA BRANCA: Para os Piauienses que rejeitaram o Lula

FRUSTRADA a expectativa de casa lotada na visita de Lula.

EX-PRESIDENTE FOI POUCO PRESTIGIADO NO PIAUI

Política Allisson Paixão Jornal 180 Graus de Teresina - Piauí


A tão anunciada vinda do ex-presidente Lula ao Piauí não foi como o PT planejava. Aqueles que esperavam que a casa de show Teresina Hall estivesse lotada de petistas e simpatizantes saíram frustrados do evento. Faltou gente e a organização do evento foi obrigada a usar como estratégia pedir que os presentes se levantassem das cadeiras e se ‘amontoassem’ na frente do palco para 'disfarçar' o grande vazio na plateia.

Lula desembarcou no aeroporto de Teresina Petrônio Portela por volta de 13 horas. Almoçou na companhia dos senadores Ciro Nogueira (PP), Wellington Dias (PT), João Vicente (PTB) do pré-candidato ao Senado, Elmano Ferrer (PTB) e alguns deputados federais e estaduais no próprio aeroporto. Chegou ao evento na Teresina Hall por volta das 13h40, gravou participação na propaganda eleitorais de alguns candidatos da aliança petista e 'enrolou' talvez esperando que mais gente chegasse.


E nada! A casa continuava praticamente vazia para desespero da organização. Com a chegado do líder petista, os militantes petistas ocuparam o espaço em frente ao palco, mas não conseguiram disfarçar o vazio provocado pela falta de público. Desta vez, Lula não conseguiu mobilizar aquela multidão que sempre ‘arrastava’ por suas viagens ao Piauí. Foram poucas as caravanas do interior do estado e o público presente estava pouco entusiasmado.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

BOLA PRETA: Ditadura de esquerda, cada vez mais tentada pela petezada, está à caminho. Precisamos impedir.

Aparelhamento do governo

EDITORIAL ZERO HORA
ZERO HORA - 13/06

Merece apoio de outros setores da sociedade a forte reação do Congresso à tentativa do governo de infiltrar no Executivo pretensos representantes do que genericamente se define como movimentos sociais. A democracia brasileira orienta-se pelos modelos consagrados do sistema representativo e prescinde de artimanhas, como a articulada pelo Planalto, expressa no decreto 8.243. Sem consulta ao Congresso, e contrariando o que prega na deliberação, o Executivo determina, à revelia da própria base política, que terá sua gestão orientada também por uma Política Nacional de Participação Social (PNPS) e um Sistema Nacional de Participação Social (SNPS). São denominações pomposas para uma tentativa de cooptar e empoderar entidades que passariam a ter o direito de interferir nas políticas oficiais.
O decreto foi, compreensivelmente, rejeitado inclusive pelos governistas, porque começa afrontando o Legislativo. Há limites para a participação direta em decisões do setor público, desde que expressem de fato posições da população, e não de grupos políticos. Iniciativas que subvertam essa premissa devem ser rechaçadas, principalmente se estiverem sob a suspeita de que buscam apenas o fortalecimento de quem está no poder. É compreensível que parlamentares, juristas e analistas políticos tenham manifestado estranhamento com o decreto. Trata-se de um gesto ofensivo ao Congresso, questionável sob o ponto de vista constitucional e politicamente desastroso.
O Brasil não precisa de instrumentos a serviço de partidos e à margem das instituições para que a gestão pública se aperfeiçoe. O Congresso é, pela representatividade do voto, o espaço institucional para a formulação de leis, para a apreciação de iniciativas do governo e para a fiscalização de atos do Executivo. Um decreto não é a melhor forma de defender um ponto de vista com o alegado desejo de fortalecer a diversidade de pontos de vista e os movimentos sociais. Mas a iniciativa é mais do que uma contradição em relação ao que prega. É, desde a forma escolhida, uma atitude autoritária, com um conteúdo também antidemocrático.

Não há exagero na definição do decreto como uma medida de inspiração bolivariana. Incluir, via conselhos, representantes de movimentos sociais nos órgãos diretivos de instituições públicas é menos a busca de qualificação da administração e mais uma forma de controle das decisões pelo que também se prenuncia como uma espécie de sovietização do governo. São muitos os exemplos latino-americanos de aparelhamento do Estado por amigos de quem eventualmente está no poder, com resultados danosos para o próprio governo, para a economia e para a sociedade. O decreto é mais do que eleitoreiro, é parte de um projeto de longo prazo de partilha do setor público. Rechaçar a iniciativa no Congresso fará bem à democracia.

BOLA PRETA: Mais e mais corrupção no pessoal do governo

Novas e fortes evidências de corrupção na Petrobras

EDITORIAL O GLOBO
O GLOBO - 13/06

A descoberta de milhões de dólares escondidos na Suíça pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa reforça a certeza de que negócios escusos foram fechados na estatal.

Entre o depoimento à CPI chapa-branca da Petrobras, no Senado, do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e a sua segunda prisão passaram-se apenas algumas horas. Serviu como mensagem ao governo de que talvez seja em vão todo o esforço para montar a farsa dessa CPI e travar os trabalhos da comissão mista, formada com representantes do Senado e Câmara.

Paulo Roberto teve sua primeira prisão preventiva decretada pela Justiça do Paraná na sequência das investigações da Polícia Federal na Operação Lava-Jato, sobre um esquema bilionário de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Ao mesmo tempo, estourou o escândalo da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, com a declaração pública da presidente Dilma de que, se soubesse de cláusulas do negócio que lhe foram omitidas quando estava à frente do Conselho Administrativo da Petrobras, não o aprovaria.

Com o andamento das investigações e a evolução do noticiário, soube-se que o ex-diretor de Abastecimento fez parte de um comitê na refinaria. Não contribuiu para a imagem de lisura que o governo tentou passar para o negócio, depois da reprovação da compra por Dilma e, mais à frente, pela própria presidente da estatal, Graça Foster.

Tendo a prisão sido relaxada pelo ministro do Supremo Teori Zavaski, Paulo Roberto retorna ao presídio paranaense porque a Suíça descobriu em seu nome, no de parentes e de um funcionário de Youssef, aproximadamente US$ 28 milhões. Não surpreende. Afinal, ao ser preso pela primeira vez, foi encontrado em sua casa, no Rio, mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo.

Relacionar esta dinheirama à atuação de Paulo Roberto Costa na Petrobras é simples. E principalmente à obra da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, na qual o diretor teve participação direta. Resultado da aproximação entre o Brasil lulopetista e a Venezuela chavista, e fruto do relacionamento pessoal entre Lula e Chávez, Abreu e Lima tem pelo menos dois números escandalosos: foi orçada em US$ 1,8 bilhão e já custa US$ 18 bilhões, dez vezes mais. Mais que evidências, o TCU tem provas de superfaturamento no projeto, a única explicação plausível para tamanho estouro de orçamento.

Ao sair da prisão, Paulo Roberto Costa disse à “Folha de S.Paulo”, para justificar a superação das estimativas, que se definiu o projeto numa “conta de padeiro”. Assim, agrediu os milhares de donos de padaria, que não tratam seus negócios como alguns projetos têm sido tocados na estatal.

Ganham importância ainda maior as investigação da PF. É preciso descobrir, com provas, a origem do dinheiro e seu destino. As ligações político-partidárias do ex-diretor estimulam especulações.


Também se reforça a ideia de que o aparelhamento da estatal por esquemas de petistas e aliados tem relação com todos esses desmandos. A Copa do Mundo e o recesso parlamentar não devem conseguir congelar a evolução dos fatos.

BOLA PRETA: Para Lula e Dilma na preparação da copa

Dilma vaiada e Lula escondido em casa. O povo entendeu quem são os responsáveis pela Copa do Mundo fora do campo.


 “A bola está na cancha brasileira”. Era quinta-feira, dia 28 de setembro de 2006, quando o então presidente Lula recebeu no Palácio do Planalto um animado Joseph Blatter, presidente da Fifa. A regra de Blatter era clara: o Brasil só não faria a Copa do Mundo de 2014 se não quisesse. Único candidato a sediar o ainda distante Mundial, o Brasil de Lula - que seria reeleito um mês depois, com 60,57% dos votos válidos, derrotando em segundo turno o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin - era festejado no exterior, a economia ia bem e o escândalo do mensalão passava longe do presidente.

Um ano depois, surfando na onda de otimismo, veio a confirmação em Zurique, na Suíça: a Copa voltava a ser no Brasil, 64 anos depois. No discurso de agradecimento, o presidente prometeu: "Vocês verão a capacidade que teremos de construir bons estádios", "o Brasil saberá fazer a sua lição de casa".

Passada a euforia, era hora de trabalhar. E os problemas começaram a aparecer. Em 2010, com três anos de atraso, o governo lançou a Matriz de Responsabilidade da Copa. No cardápio, 12 estádios e 81 obras de infraestrutura e mobilidade urbana nas cidades-sede, que seriam o "grande legado" para o povo brasileiro.

Mas as execuções passaram longe do gol. Do total previsto, 22 obras foram retiradas do planejamento nos anos seguintes. Mesmo com parte das obras inacabada, o custo da Copa das Copas já é o maior da História dos Mundiais: R$ 25,5 bilhões. Na construção dos estádios, foram contabilizadas nove mortes de funcionários.

No rol das promessas não cumpridas, há ainda o trem-bala, que ligará o Rio a São Paulo. A garantia de que ele estaria pronto foi dada pela própria Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil de Lula. A obra não foi sequer licitada, mas já custará pelo menos R$ 1 bilhão até o fim deste ano.

Houve atrasos também na entrega dos estádios - apenas a Arena Castelão, em Fortaleza, e a Arena Pantanal, em Cuiabá, foram entregues no prazo estipulado pela Fifa -, dos aeroportos e das obras de mobilidade. Em junho de 2013, o país foi surpreendido por uma onda de protestos que demonstrou um mau humor generalizado - do qual o Mundial virou alvo, marcado pelo mote "Não vai ter Copa".

Os dirigentes da Fifa, antes animados, começaram a criticar o Brasil e a temer a violência das manifestações. A prévia veio com a vaia a Dilma no Mané Garrincha, em Brasília, na abertura da Copa das Confederações. Às vésperas da abertura do Mundial, Dilma foi à TV: “Estamos prontos”. Vai ter Copa.

Acompanhe abaixo a sequência de promessas e balelas de Lula e Dilma:

 “Vocês verão no Brasil a capacidade que teremos de construir bons estádios. Estejam certos de que o Brasil saberá, orgulhosamente, fazer a sua lição de casa, realizar uma Copa para argentino nenhum colocar defeito”. Lula, em 30 de outubro de 2007. Em Zurique, diante de políticos, ex-jogadores e personalidades, no anúncio do Brasil como sede da Copa. Em 2010, com os atrasos nos preparativos, o então presidente ainda afirmou: “Se o Brasil não tiver condições, garanto que volto da África a nado”.

“As coisas não estão funcionando. Muitas coisas estão atrasadas. O Brasil merece um chute no traseiro”. Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, em março de 2012. A mais de dois anos da Copa, o dirigente da Fifa perdeu a paciência depois de fazer muitas cobranças de maior celeridade nas obras de construção dos estádios e não ser ouvido. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, se queixou do tom da crítica, e Valcke acabou se desculpando. Mas as obras se mantiveram no passo de tartaruga, e as críticas continuaram.

“O Brasil acabou de se dar conta de que começou tarde demais. É o país com mais atrasos desde que estou na Fifa, e foi o que teve mais tempo, sete anos, para se preparar”. Joseph Blatter, presidente da Fifa, em janeiro deste ano Blatter fez sua crítica mais incisiva aos atrasos do Brasil na construção dos estádios e nas obras de mobilidade prometidas para a Copa do Mundo. Um tom bem diferente da animação demonstrada pelo cartola em 2007, quando afirmou: “O país que produziu os melhores jogadores do planeta, que tem cinco títulos mundiais, terá o direito, mas também a responsabilidade, de sediar a Copa em 2014”.

“Ora, eu cansei de ir estádio para ver o Corinthians jogar. Nunca tivemos problemas em andar a pé. Anda a pé, vai descalço, vai de bicicleta, de jumento, de qualquer coisa. A gente está preocupado (sic) em ter metrô para ir até dentro do estádio? Mas que babaquice é essa?”. Lula, em maio de 2014, reagindo, em seu estilo, às críticas gerais ao atraso nas obras prometidas pelo governo para a Copa.

“As obras que não ficarem prontas para a Copa ficarão prontas em agosto, setembro. E daí? Qual é o problema?”. Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, em 3 de junho. Numa tentativa de minimizar o fato de obras prometidas na Matriz de Responsabilidade da Copa não terem sido concluídas para o Mundial.

“O Brasil venceu os principais obstáculos rumo à Copa. (...) Os pessimistas diziam que não teríamos Copa porque não teríamos estádios. Os estádios estão aí, prontos. Diziam que não teríamos Copa porque não teríamos aeroportos. Praticamente, dobramos a capacidade dos nossos aeroportos”. Dilma Rousseff, a dois dias da Copa, esquecendo que parte das obras está inacabada.

Ontem, Dilma recebeu cinco estrepitosos xingamentos no jogo de abertura da Copa do Mundo. Lula ficou escondido em casa e nem foto liberou para a Imprensa. Nenhuma declaração. Nenhuma piadinha. Parece que agora os dois acordaram para uma dura realidade: o povo entendeu quem são os responsáveis pelo fracasso da Copa fora do campo. (Síntese comentada de matéria de O Globo)

Fonte: Coturno noturno